Ensaio Sprint: Cupra Leon 1.5 eTSI
Começo por uma conclusão: A introdução da motorização 1.5 TSI em configuração mild hybrid na gama Leon é, a meu ver, uma decisão inteligente por parte da Cupra.
Sim, é certo que a marca espanhola assumiu uma postura diferenciadora no mercado, seja pela imagem, pelo tipo de cliente que pretende conquistar ou pela elevada performance a que o nome Cupra é normalmente associado. Mas o que esta versão de acesso com “apenas” 150 cavalos vem provar é que, por um lado, é potência de sobra para transmitir os valores e as emoções sobre o qual a marca foi construída e, por outro, alarga – e de que maneira – o espectro de potenciais clientes do bonito Leon.
Sou e sempre fui fã do Leon. Assumo-o. E se as versões de maior potência sempre me apelaram de uma forma especial, admito, igualmente, que esta versão de acesso encaixa que nem uma luva naquilo que aprecio num automóvel.
Faltam botões
O design está, aos meus olhos, entre o que de melhor se faz no segmento, e a dimensão relativamente contida do Leon esconde um familiar compacto que oferece níveis de habitabilidade bastante convincentes e uma bagageira mais do que apta para as necessidades diárias. A posição de condução é excelente, mas a bordo, continuo a não aceitar por completo os comandos táteis e uma grande dependência do infotainment para aceder à maior parte das funções.
Consumo quase sempre “nos sete”
Os 150 cavalos podem não impressionar quem já conduziu um Leon com o dobro dos números. No entanto, é potência mais do que suficiente para explorar as muitas capacidades dinâmicas do chassis. E isto sem estar constantemente preocupado em ir ao computador de bordo verificar a média de consumo. Fechei este ensaio com uma bem agradável média combinada de 7,1 l/100 km, ajudada, também, pelo facto do sistema mild hybrid desligar, sempre que possível, o motor térmico.
Leon adora curvas
Mesmo sem contar com amortecimento variável, o Leon revelou uma capacidade de filtragem da suspensão adequada à maior parte das solicitações da estrada. Não é – nem quer ser – o modelo mais confortável do segmento, mas a forma robusta e decidida como “pisa” está longe de provocar sacudidelas a bordo.
Porém, mais do que ser confortável, o Leon é ainda uma referência no capítulo dinâmico, com uma agilidade e controlo de massas exemplar – este eTSI mostrou-se ainda melhor do que as versões híbridas plug-in, cerca de 250 kg mais pesadas – complementadas por um eixo dianteiro rápido e preciso e igualmente por um posterior ajustável e, se provocado, bem vivo. Pode até ser o menos potente da gama, mas dá um gozo tremendo ao volante.
Preço
Com um preço base de cerca de 36.300 euros, esta motorização mild hybrid e com caixa DSG é apenas 2.300 euros mais cara do que a versão 1.5 TSI de igual potência, mas sem eletrificação e com caixa manual. Se compensa ou não a diferença, não sei, mas o benefício do sistema mild hybrid não só ficou patente nos consumos, bem como na muito boa disponibilidade a baixa rotação. Preferes o híbrido plug-in? Também há, mas terás de pagar mais 7.900 euros.