O GPL conta muito na equação ambiental e a Dacia sabe-o bem
A convite da Dacia Portugal, marquei presença na conferência Dacia Talks “LPG, a solid asset for Dacia”. E sim, como diz o título, o meu e o da Dacia, o GPL tem efetivamente uma grande importância para a marca e, acima de tudo, para o ambiente.
Um ativo sólido que é, na verdade, líquido, o resultado da pressurização do gás consumido por 56% de todos os Dacia vendidos em Portugal até ao momento em 2023. E foram muitos: nos primeiros três trimestres do ano, mais de 6300 automóveis Dacia vendidos no nosso país estão equipados com o motor Bi-Fuel Eco-G 100, motorização disponível em quatro dos cinco modelos atuais da gama da Dacia, até porque esse quinto modelo é o 100% elétrico Spring.
Liderando o mercado de particulares, é junto das empresas que a Dacia vê um enorme potencial de crescimento do GPL, uma alternativa válida aos usualmente mais procurados motores Diesel e com vantagens fiscais como a dedução de 50% do IVA na aquisição e sobre os abastecimentos de GPL, bem como um custo de utilização muito competitivo. O objetivo para 2024, considerando ambos os mercados, é que o GPL represente cerca de 65% das vendas.
Cada vez mais GPL
Para melhor se perceber o “peso” atual do GPL nas gamas comercializadas pela Dacia, mais de 40% dos Sandero, Sandero Stepway e Duster vendidos estão equipados com a motorização Bi-Fuel Eco-G de 100 cavalos, ultrapassando inclusivamente os 80% no caso do mais recente elemento da família Dacia, o versátil Jogger.
E segundo a Dacia, são muitas as vantagens da utilização do GPL nos motores de combustão interna. Desde logo por ser adaptável aos mercados e às suas necessidades em cada estação, exigindo um mínimo de 20% de propano na mistura que compõe o GPL, o que permite a sua utilização em diferentes regiões, com maior ou menor percentagem de propano. Em Portugal, o GPL contém 100% de propano.
Sendo apenas composto por gases naturais, o GPL não contamina o solo ou lençóis freáticos em caso de fuga. Para além disso, não se degrada com a passagem do tempo, contando, na teoria, com uma vida útil ilimitada. E quanto a emissões, permite uma redução superior a 60% dos óxidos de azoto e de cerca de 90% ao nível das partículas nocivas quando comparado com um motor Diesel equivalente, bem como menos emissões de CO2 relativamente a um automóvel a gasolina, entre 10 a 20%.
A Dacia e o GPL na Europa
Considerando o mercado europeu de 2022, a Dacia foi responsável por 62% de todas as viaturas a GPL vendidas e 34% de todos os Dacia matriculados no ano passado consomem, igualmente, Autogas, a designação mais global do GPL. Desde 2009, a marca romena já entregou mais de 600 mil automóveis alimentados a GPL.
Os estudos da marca revelam também outros dados muito interessantes. Segundo avança, metade dos seus “clientes GPL” não consideraram outro tipo de combustível e muitos deles são condutores que percorrem regularmente grandes distâncias, fora das cidades. Cerca de 80% dos Sandero e Sandero Stepway são maioritariamente conduzidos com recurso a GPL, superando claramente a utilização da gasolina, usada apenas como recurso.
A fidelização dos condutores ao GPL é uma quase certeza, com 90% dos condutores inquiridos a assumirem que garantidamente, ou muito provavelmente, vão considerar o GPL no seu novo automóvel. Por oposição, só 22% de atuais utilizadores de automóveis a gasolina vão muito provavelmente – ou garantidamente – considerá-lo.
GPL – “É para avançar”
Os responsáveis da marca presentes destacaram a grande aposta da Dacia na tecnologia, adiantando que, muito em breve, todos os modelos equipados com motor Eco-G 100 irão dispor de um novo depósito de GPL de 50 litros de capacidade, elevando a autonomia média combinada da gama Bi-Fuel para cerca de 1200 quilómetros.
A motorização Eco-G tem igualmente direito a uma afinação própria que explora os benefícios da queima do GPL – com, por exemplo, elevado poder calorífico – contribuindo com 10 cavalos e 10 Nm de binário adicionais relativamente ao motor a gasolina que lhe serve de base. E se é verdade que os consumos são superiores ao alimentar o motor com GPL, a diferença de preço para a gasolina representa ainda uma vantagem para o utilizador.
O mercado nacional conta neste momento com cerca de 65 mil automóveis alimentados a GPL, o que representa um aumento de 60% relativamente a 2010. No total, existem 418 postos de abastecimento de GPL em território nacional. A nível mundial, cerca de 27 milhões de viaturas consomem GPL, sendo abastecidas por mais de 80 mil postos.
A Dacia já o assumiu: enquanto for possível fazê-lo, a aposta no GPL como uma alternativa válida, quer a nível económico, quer ao nível da sustentabilidade, é para continuar.