Ensaio Sprint: Audi A1 allstreet 30 TFSI S tronic
A versão allstreet do mais pequeno dos Audi deixa bem claras as suas intenções através do seu visual exterior: apelar ao cliente do chamado segmento B convencional, mas dando especial atenção àquele que não resiste à postura de um moderno crossover.
O “fato” allstreet veste assim o A1 com os obrigatórios acessórios dos bem-sucedidos crossovers urbanos, como por exemplo, as proteções de carroçaria nos guarda-lamas. No caso da unidade ensaiada, protegiam jantes de liga leve de 17 polegadas, sendo que o allstreet pode opcionalmente receber jantes de medida acima.
Também notória é a maior altura livre ao solo – cerca de 40 milímetros – folga que dá outra paz de espírito para enfrentar as lombas que encontramos todos os dias na cidade e na periferia desta, cada vez maiores e em maior número. Goste-se ou não do visual específico desta versão, é inegável o argumento adicional que a maior distância ao solo traz, complementando umas dimensões exteriores muito adequadas à sempre muita confusão a que os utilitários são submetidos na vida urbana.
Curiosamente, embora partilhem plataforma, o A1 não consegue oferecer o mesmo espaço para pernas no banco traseiro que os seus primos Polo, Ibiza e Fabia. Também é verdade que muitos dos utilitários “portugueses” andam todos os dias na estrada a passear bancos vazios, mas é bom saber que, em caso de necessidade, podem ali viajar dois adultos. O A1 também o faz, só não oferece a mesma sensação de espaço. Algo a rever é a posição dos altifalantes traseiros, no pilar C, à altura dos ouvidos. Mesmo com o volume baixo, ouvi queixas. Já a bagageira cumpre bastante bem, dispondo de 335 litros de volume útil e de um prático fundo amovível.
A posição de condução é exemplar, com todos os comandos à mão, num interior que, apesar de representar o acesso ao mundo Audi, é também ele definido por uma elevada sensação de qualidade e robustez, com o bom gosto que a marca dos quatro anéis normalmente aplica no design dos interiores dos seus automóveis. Sim, os forros das portas são maioritariamente construídos com materiais rijos, mas a zona superior do tablier é toda ela macia. O espaço pode não abundar, mas o habitáculo do A1 não deixa de ser um bom sítio para se estar.
O motor 1.0 TFSI continua a ser um dos melhores da sua categoria. O “30” do nome deste A1 allstreet significa que o pequeno motor disponibiliza aqui 110 cavalos e 200 Nm, números que permitem acelerar de 0 a 100 km/h em pouco mais de 10 segundos e atingir uma velocidade máxima de cerca de 190 km/h. Apesar do centro de gravidade ligeiramente mais elevado, o A1 allstreet continua a revelar uma ótima agilidade e uma dinâmica convincente, ainda que, sob pisos mais degradados, se note que o faz à custa de alguma rigidez de suspensão.
Até aqui, tudo bate certo. Tem a imagem da moda, é bem construído, fácil de conduzir e o desempenho do motor convence. Porém, os números que mais importam neste segmento são os do consumo e os do preço. No que ao primeiro diz respeito, num percurso misto, não me foi difícil manter a média nos 7 l/100 km, mas desconfio que, se no lugar da caixa S tronic de 7 velocidades estivesse uma transmissão manual de 6 relações, os consumos teriam sido ligeiramente mais baixos. Já o preço, esse, é elevado, com o A1 allstreet a arrancar nos 28.150 euros, mas a “atirar-se” para cima dos 35 mil euros no caso da recheada unidade ensaiada.