Ensaio Sprint: Hyundai Kauai EV Premium
Estive na apresentação nacional do Kauai EV e prometi, no final do artigo que daí resultou, que a versão 100% elétrica do bem-sucedido crossover da Hyundai regressaria à Garagem para um ensaio mais prolongado. Pois bem, chegou finalmente esse dia, o de partilhar as minhas conclusões depois de com ele ter completado algumas centenas de quilómetros, bem como de ter confirmado algumas impressões e esclarecido outras tantas dúvidas.
O Kauai está, sem dúvida alguma, mais familiar e versátil. Continua a apostar num design diferenciador, mais moderno do que o da primeira geração, reconheço, mas talvez menos irreverente, tentando apelar a um público mais vasto, onde se incluem, como referi acima, as pequenas famílias. Está maior e, assim, mais espaçoso, argumento que é notório assim que se acede ao banco de trás – bom espaço para pernas e cabeça – ou que se abre a porta da bagageira para se usar os 466 litros de volume disponível, complementados por 27 litros adicionais do “frunk”, ideal para receber os cabos de carregamento.
Kauai sobe
A assumida subida de posicionamento do Kauai é igualmente notória na forma como se coloca em estrada, mostrando-se mais refinado do que a geração precedente, mas perdendo alguma da agilidade e dinamismo que eram reconhecidos à primeira geração. Senti-o, igualmente, ao conduzi-lo com motorização a gasolina e híbrida. Por outro lado, o novo Kauai filtra agora melhor as irregularidades do piso, mostrando-se mais confortável, sensação bem complementada pela boa insonorização e em linha com o seu caráter mais adulto.
A oferta 100% elétrica é composta por duas versões, Premium e Vanguard, com, respetivamente, bateria de 48,4 kWh e 65,4 kWh, e com motores elétricos de 156 cv/255 Nm e 218 cv/225 Nm. A autonomia declarada em ciclo combinado é de 377 quilómetros na versão Premium e de 514 quilómetros no topo de gama Vanguard. Para este ensaio, calhou-me a versão de acesso, quiçá a mais interessante para o nosso mercado, proposta por 43.490 euros. Quem não concordar comigo, terá de pagar um pouco mais pela Vanguard: 48.750 euros.
O Kauai EV deixou-me impressões muito positivas em termos de eficiência. Fiz alguns percursos em autoestrada, inclusivamente com ar condicionado ligado, e devolvi-o à Hyundai com uns muito apetecíveis 13,5 kWh/100 km de consumo combinado. As patilhas no volante para controlo da regeneração mostraram-se também muito úteis, possibilitando três níveis de recuperação, bem como modos roda livre e um bem-vindo “i-pedal”, ideal para a condução citadina, onde o Kauai EV passará, certamente, mais tempo. Fiz ainda um pequeno teste de carregamento num posto rápido de 50 kW, com o Kauai a recuperar cerca de 50 km de autonomia em dez minutos.
Com uma oferta de equipamento convincente, potência mais do que suficiente e agora com mais espaço e conforto a bordo, o Kauai EV ganhou novas competências que justificam as suas maiores e mais abrangentes ambições. Há aspetos a melhorar, claro, sendo disso exemplo a quase total ausência de superfícies moles – por exemplo, na zona de apoio dos cotovelos – bem como os bancos dianteiros pouco confortáveis, mas não há como negar a evolução e, acima de tudo, a eficiência desta motorização elétrica.