Ensaio Sprint: Audi Q4 e-tron 45 quattro
Sensivelmente dois anos depois de me ter estreado ao volante do Q4 e-tron, regressei ao SUV 100% elétrico da Audi para tomar contato com as atualizações que, entretanto, lhe foram implementadas. Depois de conduzida a versão 50 quattro, passei recentemente uns dias com o novo e melhorado 45 quattro. É verdade que, comparando-os, a potência é 10 kW inferior – uma diferença imperceptível ao volante, embora precise de mais 0,4 segundos no sprint de 0 a 100 km/h – mas o Q4 e-tron utiliza agora novos motores elétricos mais eficientes, bem como uma nova gestão térmica da bateria, algo bem mais importante do que os 13 cavalos que os separam.
Coincidência ou não, a verdade é que neste segundo teste ao Q4 e-tron, mantendo o mesmo tipo de utilização e condução moderada, o consumo foi significativamente mais baixo: 16,5 kWh/100 km vs. 18,8 kWh/100 km. O facto de ser possível controlar a intensidade da regeneração através das patilhas no volante é também um ponto positivo – três níveis e desligado – destacando-se ainda o modo automático que gere a energia recuperada de acordo com as condições da via e do tráfego, sistema com funcionamento muito bem calibrado. A autonomia total, considerando a média deste teste, rondará assim os 465 quilómetros. Ao volante, tudo muito fácil. A disponibilidade dos motores elétricos, aliado a um bom controlo dos movimentos da carroçaria, garantem a agilidade e estabilidade que se esperam encontrar. E a presença da suspensão desportiva, aliada às jantes de 21 polegadas, não prejudica em demasia o nível de conforto a bordo, ainda que se note, pontualmente, alguma firmeza.
Esteticamente, tenho de destacar o bonito contraste conseguido entre os elementos de tom cinzento – jantes, frisos e grelha – e a belíssima cor Violeta Aurora. Pelo menos no exterior, o Q4 e-tron é um automóvel do qual é muito fácil gostar. Já o interior mais disruptivo pode ser visualmente mais desafiante para os gostos mais conservadores, principalmente pelo volante e saídas de ar, o primeiro porque não é um círculo perfeito e as últimas pela sua exagerada dimensão. No entanto, a qualidade de execução é muito positiva, merecendo também elogios o facto do Q4 e-tron continuar a oferecer uma consola com comandos físicos para a climatização, ainda que com apresentação menos cuidada do que a usada, por exemplo, pelos consagrados A4 e A5. Verdadeiramente pensado para uma utilização familiar, o Q4 e-tron oferece bons níveis de habitabilidade no banco traseiro, explicados também pela ausência de um incómodo túnel central. A bagageira oferece 520 litros de volume e conta com formas muito regulares e utilizáveis.
A nova gama Q4 e-tron é agora composta pela versão 45, de tração traseira, com 286 cv, por este 45 quattro, de igual potência, mas com um motor elétrico em cada eixo para oferecer tração integral, bem como pelo topo de gama, com idêntica configuração de tração, 55 quattro, com 340 cv. Todos recorrem à bateria de 82 kWh – capacidade útil de 77 kWh – mas a potência de carregamento DC é agora de 135 kW na versão de acesso e de 175 kW nas motorizações quattro. O carregamento AC é feito a uma potência de 11 kW. A Audi propõe o Q4 e-tron desde 59.684 euros, mas para o teres exatamente como este “BH90ZH” – com cerca de 16.500 euros de equipamento opcional – terás de aumentar o investimento e chegar aos 78.273 euros.