Ensaio Sprint: Opel Corsa Hybrid 1.2 Turbo 100 cv
A mais recente geração do Opel Corsa foi um dos primeiros modelos do segmento B “clássico” – não SUV – a aderir à eletrificação. E fê-lo de forma assumida, posicionando-se no mercado também com motorizações térmicas, mas acompanhadas de uma inédita proposta totalmente elétrica, assinalando o empenho da Opel em disponibilizar a eletrificação nos segmentos mais baixos e, pelo menos no meu ponto de vista, mais relevantes.
A gama 100% elétrica do Corsa foi recentemente alargada com uma nova combinação de bateria e motor elétricos, mas tão ou mais importante é a introdução de tecnologia híbrida na gama do utilitário alemão. O novo motor Hybrid 1.2 Turbo de 100 cavalos – também disponível em versão de 136 cavalos – está associado a uma nova transmissão de dupla embraiagem de 6 velocidades com uma pequena máquina elétrica integrada e permite que o Corsa declare agora um consumo de apenas 4,5 lt/100 km, menos 1 litro do que a versão anterior de igual potência com caixa de 8 velocidades e sem eletrificação incorporada.
E a verdade é que o desafio de tentar atingir a média declarada foi facilmente alcançado. A agradável resposta do acelerador é beneficiada pelo contributo da potência elétrica imediata de 28 cavalos e mesmo que tenha “apenas” 100 cavalos de potência total, a verdade é que este Corsa revelou um andamento bastante convincente, casando bem com as suas já reconhecidas aptidões dinâmicas. Modos de condução são três, os habituais Eco, Normal e Sport, mas a experiência pode ainda ser complementada pelas patilhas no volante para controlo da nova caixa de velocidades.
O sistema permite utilizar ambas as fontes de potência em conjunto ou de forma separada, tentando otimizar o consumo de combustível, mas também, como igualmente descrito acima, para beneficiar a performance. A tecnologia permite assim que o Corsa circule em modo puramente elétrico em determinadas condições, por exemplo, quando conduzido abaixo de 30 km/h em situações de pouca exigência ou durante as manobras, distinguindo-se, com este atributo, dos propulsores mild hybrid mais comuns. Nas fases de desaceleração, o motor térmico sai de cena e o motor elétrico passa a atuar como gerador, regenerando energia da inércia e enviando-a para a pequena bateria de 0,432 kWh.
A eficiência é indiscutível, patente na facilidade com que se consegue que o computador de bordo mostre médias de consumo abaixo dos 5 lt/100 km. Mas algo que realmente importa destacar é o trunfo adicional que a introdução deste propulsor híbrido adiciona à lista de argumentos do Corsa, podendo agora proporcionar parte da experiência eletrificada por muitos desejada, sem a dependência de um ponto de carga dedicado como exigido pelo Corsa Electric. Para muitos condutores, esta combinação de superior eficiência e total independência da rede elétrica poderá ser decisiva na escolha do seu novo automóvel, levando-os a considerar a diferença de cerca de 3.000 euros que separa um Corsa de 100 cv de um Corsa Hybrid de igual potência, mas mais económico na hora de abastecer.