Ensaio Total: Suzuki Swift Hybrid
É verdade que, ao nível do design, pouco mudou nesta mais recente geração do Swift, mas será isso um problema? Ligeiramente retocado, mais moderno e dinâmico, mas mantendo as linhas cheias de personalidade que sempre o definiram, o modelo de segmento B da Suzuki continua visualmente apelativo, porém algo esquecido no nosso mercado, sendo uma visão rara nas nossas estradas.
Para o compensar, andei por aí a “mostrá-lo” ao longo de 800 quilómetros, um dia intenso de viagem para colocar à prova os seus renovados argumentos, os quais incluem uma nova motorização a gasolina com tecnologia mild hybrid, a única disponível, para já, na gama do novo Swift. E tal como já o fazia anteriormente, a gama continua a incluir uma versão com tração integral, uma oferta que é inédita na sua categoria, estando também disponível uma versão com transmissão CVT, para quem três pedais é coisa do passado.
Excelentes consumos
Voltando ao novo motor, excelentes notícias vindas de debaixo do capot, onde o novo três cilindros de 1.2 litros com 82 cavalos e 112 Nm revelou um desempenho, à falta de melhor palavra, exemplar neste primeiro teste. Não nos consegue colar ao banco em aceleração, mas o contributo da pequena máquina elétrica na maior disponibilidade revelada quando regressamos ao pedal do acelerador é óbvio e aliado à indiscutível leveza do Swift – peso abaixo de 950 kg – permite, por um lado, ganhar velocidade com muita destreza como, por outro e de forma até mais impressionante, registar consumos muito baixos.
Como referido acima, percorri 800 quilómetros num só dia. É certo que muitos deles foram feitos em estradas nacionais, a ritmos moderados e sem grandes exigências para a mecânica, mas o Swift também enfrentou trânsito intenso, ultrapassou vários camiões e viu o seu sistema de ar condicionado ser utilizado recorrentemente. Ainda assim, regenerando energia sempre que possível e utilizando-a também quando possível de forma a aumentar a eficiência, a verdade é que o Swift regressou a casa com o computador de bordo a mostrar uma média final de 4,3 lt/100 km. Passado mais tempo na cidade, apontaria, no entanto, para 6 a 6,5 lt/100 km como médias possíveis de atingir com facilidade.
Giro de conduzir
Os benefícios da sua leveza sentem-se também na condução, com muita agilidade e um comportamento seguro, mas divertido se assim o quisermos. Não será a referência dinâmica do seu segmento, mas o baixo peso aliado a movimentos controlados da carroçaria e a uma direção e caixa de velocidades precisos garantem bons momentos ao volante. O nível de conforto é bastante adequado para o segmento, mas o Swift está mais pensado para ser giro de guiar do que para ser o mais confortável. A posição de condução é muito boa, com o para-brisas vertical a proporcionar uma experiência diferente do habitual a quem estiver sentado ao volante.
A bordo, apreciei o recheio de equipamento – versão ensaiada é um topo de gama S3 – ambiente onde não faltam os bancos aquecidos, ligações sem fios ao smartphone e um ecrã tátil de 9 polegadas, agora em posição de destaque no topo do tablier. Apesar disso, o Swift não se perde em exageros “digitalmente desnecessários”. O painel de instrumentos tem um pequeno, mas completo, display para o computador de bordo, mas o resto da informação é analógica e de fácil leitura. A consola da climatização conta também com botões físicos, fáceis de usar, sem provocar distrações perigosas. Um exemplo a nível de funcionalidade e ergonomia.
Os plásticos do interior são todos eles rijos, mas isso também não é uma característica exclusiva do Swift no seu segmento. A montagem é sólida, os bancos são confortáveis e não faltam espaços para arrumação, bem como soluções de carregamento. O espaço atrás, não sendo surpreendente se considerada alguma da sua concorrência, impressiona se nos lembrarmos que o Swift tem 3,86 metros de comprimento e 2,45 de distância entre eixos, medidas abaixo dos valores médios do segmento. Os vidros traseiros abrem na totalidade, outro ponto positivo para quem ali passa mais tempo. A bagageira oferece 265 litros de volume útil e, infelizmente, não conta com pneu suplente.
Se é verdade que a gama Swift possa estar algo limitada em termos de opções de motorização, também não é mentira que a única disponível passa com distinção naquilo que mais importa: é agradável de utilizar e capaz de consumos muito baixos. A facilidade de utilização do conjunto faz do pequeno Suzuki um companheiro ideal para as aventuras do quotidiano e a todos os argumentos acima mencionados falta adicionar o do preço. Considerando as campanhas em vigor, este S3, topo de gama, está disponível por 21.252 euros, mas a Suzuki propõe o seu mais recente Swift por um preço base de 18.608 euros, valor que, na realidade atual do mercado, é sinónimo de “muito automóvel por pouco dinheiro”.