Ensaio Sprint: Renault Symbioz Esprit Alpine E-Tech full hybrid 145 cv
“Mais um SUV, Renault?”. Esta é, aceito, a primeira ideia que nos vem à cabeça ao olhar para o novo Symbioz. Porém, produzindo o Symbioz com base na plataforma do Captur – modelo com o qual partilha muito do seu exterior e interior – mas elevando o comprimento total de 4,24 para 4,41 metros, a Renault sabia exatamente o que pretendia com o seu novo modelo e como posicioná-lo na sua gama, abaixo do mais refinado e tecnologicamente evoluído Austral, modelo que já assenta na plataforma CMF-CD.
O Symbioz é, simplificando a questão, um Captur maior, centímetros adicionais que foram, todos eles, acrescentados no vão traseiro, pois as suas distâncias entre eixos são exatamente iguais. Assim, e antes que o apontem, não é de estranhar que a habitabilidade do Symbioz seja idêntica à do mais pequeno Captur, com espaço mais do que suficiente para que dois adultos viajem em conforto, com folga suficiente ao nível dos joelhos e cabeça, mas sem o espaço livre que talvez se pudesse esperar de um SUV com quase 4,5 metros de comprimento.
Muito espaço de carga
O grande argumento do Symbioz está na capacidade da bagageira, superando largamente a do Captur e permitindo assim uma maior versatilidade de utilização, ideal, por exemplo, para as longas viagens em família no período de férias. O banco traseiro com regulação longitudinal até 16 centímetros permite, tal como no Captur, variar o espaço disponível para carga, neste caso elevando o volume útil de 434 para 548 litros. No Captur, considerando também a versão com motorização híbrida, o truque resulta num crescimento de 326 para 440 litros.
Ou seja, com o máximo espaço disponível para os passageiros traseiros, o Symbioz oferece praticamente o mesmo espaço de carga que um Captur com o banco na sua posição mais avançada. E se considerarmos o volume total disponível após o rebatimento dos bancos, os 1.149 litros do Captur são largamente batidos pelos 1.582 que o Symbioz oferece até às costas dos lugares da frente. A presença de um fundo amovível – abaixo do qual existe ainda um pequeno compartimento de arrumação – é também um ponto positivo, permitindo ajustar a altura do plano de carga e facilitar a colocação de objetos maiores ou mais pesados.
Em praticamente tudo o resto é idêntico ao Captur e isso é algo garantidamente positivo. Apesar de maior, mantém-se muito fácil de conduzir e, tal como o irmão mais pequeno, conjuga bem conforto com dinâmica, mesmo contando com jantes de 19 polegadas e pneus de baixo perfil neste Esprit Alpine de inspiração desportiva, cuja decoração interior está igualmente bem conseguida e onde os bancos dianteiros merecem ser destacados. O sistema de infotainment da Renault é, como já o disse anteriormente, dos mais agradáveis de utilizar do mercado e, permitam-me o comentário mais pessoal, a presença de um botão personalizável a partir do qual é possível desligar de forma rápida os assistentes de condução que não pretendemos usar é motivo mais do que suficiente para destacar o bom trabalho que a Renault tem vindo a fazer na sua mais recente geração de produto.
Symbioz é sempre híbrido
A gama aposta exclusivamente na já conhecida motorização híbrida de 145 cavalos e apesar da sua maior dimensão e peso, o novo Symbioz foi apenas ligeiramente menos económico do que o Captur híbrido que recentemente ensaiei, registando uma média final em circuito combinado de 5,1 lt/100 km (o Captur gastou, em condições equivalentes, 4,9 lt/100 km). Os preços têm início nos 34.500 euros da versão Techno, estando o nível Esprit Alpine disponível a partir de 36.500 euros. O Symbioz ensaiado, com opcionais como o tejadilho Solarbay e packs como o Safety & Driving elevam o preço para 41.100 euros.