Uma caixa fora da caixa: O inconfundível Volvo 240 faz 50 anos
O Volvo 240 é ainda hoje, 50 anos depois do seu lançamento, uma visão, felizmente, relativamente regular nas nossas estradas, uma longevidade que se explica, em parte, pela sua qualidade, robustez e durabilidade, mas também pelo seu inegável e apelativo carácter, uma característica que é, no setor automóvel, cada vez menos abundante e, pior ainda, cada vez menos valorizada pelo condutor.
Extremamente inovador em 1974, igualmente desejável em 2024 e indiscutivelmente marcante nos 50 anos que, entretanto, “voaram”, a série 240 da marca sueca conquistou 2,8 milhões de condutores ao longo de 19 anos de produção e continua a fazê-lo, tantos anos depois, apelando àqueles que, como eu, não resistem ao seu estilo diferenciador, “boxy”, como a própria Volvo o apelida, mas verdadeiramente “fora da caixa”, com uma personalidade singular e plena de espírito de aventura.
Não estava por cá quando há 50 anos a Volvo lançou no mercado o seu modelo “quadradão”, mas ainda que não as tenha, gosto muito das suas curvas. Um conceito estilístico que, mais do que isso, explicava-se também, como não podia deixar de ser, no caso da Volvo, por questões de segurança. A inconfundível silhueta de capot e traseira alongados escondia, por exemplo, zonas de deformação pensadas para absorver energia em caso de embate, garantindo, já há tantos anos, que ter um acidente num Volvo 240 seria, pelo menos, um pouco menos desagradável do que num outro qualquer modelo.
O formato angular da carroçaria beneficiava, igualmente, o aproveitamento do espaço interior, quer no habitáculo, quer na bagageira, com bons níveis de habitabilidade e muito espaço de carga, combinação que fez da icónica série 240 um verdadeiro sucesso junto das famílias. Aliás, ainda hoje o seria, pois tenho a certeza de que, mesmo não dispondo das evoluídas comodidades de um automóvel moderno, espaço, conforto e versatilidade não lhe faltam, principalmente na carroçaria station wagon, um dos modelos que melhor expressa, na minha opinião, um convite a fazermo-nos à estrada, na nossa constantemente adiada road trip de sonho.