Ensaio Sprint: Toyota Yaris Cross Hybrid
Fui à apresentação nacional do Toyota Yaris Cross Hybrid há uns anos atrás e, hoje, a sensação com que fiquei depois deste ensaio é de que envelheceu bem. É certo que uma apresentação não permite uma avaliação a fundo mas depois de 3 ou 4 dias a conduzir um carro a avaliação fica muito mais concreta. Dito isto, notei-o mais prático, mais eficiente e mais apropriado ao tipo de condução urbana para o qual foi desenhado. No entanto, embora o sistema híbrido seja orientado para uma condução em circuito urbano, percebi que funciona melhor fora da cidade. Ou melhor, a combinação 50/50 funciona melhor. Os primeiro 100 quilómetros foram quase todos em cidade e o consumo teimava em não baixar dos 5,1 l/100 km. Assim que introduzi uns 40 quilómetros de autoestrada, começou a baixar e terminei o ensaio com um consumo de 4,5 l/100 km com cerca de 180 quilómetros percorridos.



Ao nível da condução, é ágil, embora não tanto quanto esperava para um B-SUV e a motorização é algo “arrastada” para um citadino. Não esperava que fosse um relâmpago nos semáforos, mas parece que vai na direcção oposta: em vez de ser espevitado até aos 50 km/h e, depois, relaxado, leva o seu tempo até lá e só depois é que ganha embalo. A caixa CVT castiga a aceleração, mas com um motor eléctrico bastante potente de cerca de 130 cavalos – embora a bateria minúscula não permita que ele “respire” o suficiente para ajudar na condução – devia dar um bom impulso inicial. Sentimos o motor eléctrico a lançar o carro, mas logo entra o motor a combustão e o motor eléctrico vai para segundo plano e o Yaris Cross Hybrid, para além do barulho elevado, volta ao modo de “arrasto”. Sem dúvida que é um carro para conduzir com muita calma.




Voltando ao barulho, é preciso fazer uma ressalva. Este Toyota Yaris Cross Hybrid de cerca de 27.000€, na versão base, não é um carro de 27 mil euros. Passo a explicar. Este modelo tem uma motorização a combustão e outra híbrida e é global, o que significa que é suposto ser um carro relativamente barato, pois é vendido em alguns mercados com menos poder de compra ou preços mais baratos. Ora, para ser barato, não há muita preocupação com insonorização, plásticos nas portas e por aí fora. Não significa que é um mau carro ou com uma má construção, nada disso, mas para um mercado como o nosso, fica difícil justificar os 27 mil euros, ou, na versão que testei, a Premiere, cerca de 32.000€. Ainda assim, há mercado para este Yaris Cross e eu tenho visto muitos pela estrada.
Traz algumas comodidades, como os bancos aquecidos, o emparelhamento com o smartphone, os sistemas de segurança todos e mais alguns, porta da bagageira de abertura e fecho automáticos, entre outros. Isto, na versão Premiere, claro. A versão base não sei se traz tudo isto, mas como não usei assim tanto, acredito que seja suficiente para a maioria das situações. Tem espaço na bagageira e nos lugares dianteiros, mas os traseiros são meramente para uso pontual. No geral tem um design muito apelativo e com boa presença.