Outlander PHEV: Ao volante do novo topo de gama da Mitsubishi
Depois de ter estado presente na apresentação internacional estática do novo Mitsubishi Outlander PHEV, chegou agora a vez de me estrear ao volante da quarta geração de um modelo absolutamente icónico na gama da marca japonesa. Foi ele, aliás, segundo a Mitsubishi, o responsável por unir, pela primeira vez, as siglas SUV e PHEV, tendo atingido cerca de 200.000 unidades vendidas na Europa na sua anterior geração.
Foi também com o continente europeu em mente que a Mitsubishi desenvolveu este novo Outlander PHEV, equipando-o com uma motorização híbrida plug-in integralmente revista, a qual combina um propulsor de quatro cilindros com 2.4 litros de cilindrada, a gasolina, e um par de máquinas elétricas, uma por cada eixo, para disponibilizar uma potência total de 225 kW/306 cavalos, mais 40% do que a geração anterior proporcionava.



A vertente térmica – 100 kW/136 cv e 203 Nm – tem por base o propulsor já conhecido da geração anterior, mas foi incorporado um sistema de recirculação de gases de escape, canais de refrigeração melhorados e coletor de escape integrado com vista à melhoria da sua eficiência. Os motores elétricos dianteiro e traseiro disponibilizam, respetivamente, 85 kW/255 Nm e 100 kW/195 Nm. A bateria elétrica dispõe agora de 22,7 kWh de capacidade, o que permite ao Outlander percorrer até 87 quilómetros sem recurso à queima de combustível.
Para além da nova bateria, maior e mais potente, e do seu novo sistema de refrigeração a líquido, o conjunto do motor traseiro é também mais compacto, uma vez que integra a unidade de controlo. Outros melhoramentos incluem a bomba de calor para um menor consumo de energia ao usar a climatização, bem como um depósito de combustível de maiores dimensões, beneficiando a autonomia total em modo híbrido, cerca de 750 quilómetros. A aceleração de 0 a 100 km/h faz-se em 7,9 segundos.
Primeiras impressões de condução
No âmbito da sua apresentação internacional dinâmica – realizada em Portugal – tive oportunidade de comprovar a agradabilidade geral da condução do novo Outlander PHEV. Por um lado, apreciei a eficiência, para a qual o contributo da energia acumulada na bateria elétrica foi inequívoco, tendo permitido ligar Lisboa ao Alentejo com uma média de consumo de combustível a rondar os 4 lt/100 km. O sistema híbrido pode funcionar segundo três modos distintos, em modo elétrico, como híbrido em série e como híbrido em paralelo, consoante as condições.



Apreciei, também, a versatilidade de utilização proporcionada pela tração integral inteligente S-AWC – Super All Wheel Control. No total, estão disponíveis sete modos diferentes que maximizam a motricidade em função das condições de aderência: Normal, Eco, Power, Asfalto, Gravilha, Neve, Lama. Selecionei o modo Gravilha e lancei-me numa breve aventura fora de estrada pelo meio das planícies alentejanas, pontualmente “feridas” pelo mau tempo que se fez sentir nos dias anteriores, mas pequenos desafios que nunca representaram qualquer dificuldade para o Outlander.



Estes dois aspetos, o da tecnologia híbrida plug-in e o sistema de tração integral inteligente, são na verdade dois pilares absolutamente essenciais da história da Mitsubishi nas últimas cinco décadas e nos quais esta se baseou para desenvolver o novo Outlander PHEV. A confiança da Mitsubishi e dos seus representantes na sua tecnologia é óbvia, patente nas palavras de Kentaro Honda, Engenheiro Responsável pelo projeto: “O nosso sistema PHEV 4×4 é o mais avançado e sofisticado do mercado.”

A bordo e ao volante, gostei da solidez transmitida por todos os elementos que compõem o interior, bem como da sensação de durabilidade imediatamente sentida após alguns quilómetros de viagem, com um pisar robusto, mas confortável. Gostei, acima de tudo, de encontrar um automóvel que, sendo moderno, digital e conectado, não o é em excesso. Existem botões para pressionar (escolha deliberada da marca), texturas para se sentir e muito espaço para se desfrutar. Obviamente nem tudo é perfeito, pois há sempre margem de melhoria. Um bom exemplo disso é o assistente de manutenção na faixa, cuja intervenção, via travões, é algo brusca. Mas a competência geral do Outlander PHEV é indiscutível, algo que espero voltar a confirmar em breve.
Em Portugal, desde 44.000 euros mais IVA
Os responsáveis da Mitsubishi na Europa não fecharam ainda a porta à possibilidade de o Outlander PHEV vir a ser lançado em configuração interior de 7 lugares, mas para já, não estará disponível. Confirmam, isso sim, o seu desejo de garantir volume e de conquistar quota num segmento habitualmente dominado por marcas premium, ambicionando igualmente reconquistar a liderança entre os modelos PHEV.
Já em Portugal, com mais de 5.300 unidades vendidas até ao momento, o Outlander PHEV é o responsável por uma grande parte dos clientes portugueses fidelizados à marca e não é por isso de estranhar a ambição comunicada pelos responsáveis do importador nacional a par da sua chegada ao mercado. O Outlander PHEV está disponível em Portugal em dois níveis de equipamento: Intense por 44.000 euros mais IVA; Instyle por 48.000 euros mais IVA.