Apresentação Nacional: Škoda Elroq
A introdução do novo Elroq assume-se como um momento particularmente importante para a Škoda, pois representa a sua entrada no essencial segmento dos SUV compactos 100% elétricos. Estreia a linguagem de design Modern Solid e aposta em argumentos como um elevado sentido prático, oferta abrangente de motorizações e grandes autonomias de até 580 quilómetros para convencer os clientes de que é a melhor opção da sua categoria. Fui conhecê-lo de perto e já tive, inclusivamente, oportunidade de o conduzir.
Design
No bonito cenário invernoso, verde e húmido da Tapada de Mafra, confirmei o que as fotografias já me tinham, de certa forma, transmitido. Gosto do que a Škoda fez com o visual do Elroq, simples, limpo, robusto e agradável. Esteticamente, a grelha habitual foi substituída por aquilo a que a marca chama de Tech-Deck Face, o desenho da iluminação foi completamente revisto e o Elroq é também o primeiro modelo a contar com as letras Škoda no capot. As jantes podem ter de 19 a 21 polegadas e a gama inclui nove cores diferentes para a carroçaria, sendo a nova cor Verde Timiano, a de lançamento, exclusiva do Elroq.


Com 4.488 milímetros de comprimento, 1.884 mm de largura e 1.625 mm de altura, a Škoda posiciona o 100% elétrico Elroq na sua gama paralelamente ao Karoq, modelo com motores a combustão. E com uma distância entre eixos de 2.765 milímetros, o Elroq perde, curiosamente, 5 mm para a de um Volkswagen ID.3, modelo primo que é, no entanto, 184 milímetros mais curto. Não tendo um ID.3 lado a lado com o Elroq, é difícil garantir o que seguir afirmo, mas a sensação é de que o modelo da Škoda é consideravelmente superior ao seu primo alemão em termos de espaço interior. A bagageira do Elroq disponibiliza, segundo a marca, uma capacidade referencial de 470 litros.
Habitáculo
Para o interior, a Škoda propõe diferentes ambientes e acabamentos de acordo com a suas já habituais designações Design Selection, todas elas com uma abordagem sustentável e concebidas com recurso a materiais duráveis e inovadores. O ecrã do infotainment dispõe de 13 polegadas e é, felizmente, complementado por atalhos físicos, prova de que a Škoda efetivamente pensa de forma prática na conceção dos seus automóveis. E nesse sentido, o da praticidade, há que mencionar as funcionalidades Simply Clever, tais como a rede de arrumação para o cabo de carregamento sob a chapeleira e o facto desta poder ser instalada a meia altura, beneficiando a versatilidade do novo elétrico da República Checa.


Motorizações
Em termos de motorizações, o Elroq é proposto com três baterias distintas, com capacidades entre 55 e 82 kWh, bem como com potências que variam entre os 125 kW e os 210 kW – tabela resumo no final. A Škoda organizou assim a gama que compreende quatro versões diferentes, os Elroq 50, 60, 85 e 85x, esta última equipada com um motor elétrico por eixo, oferecendo tração integral e justificando, assim, a designação “x”, a qual não está ainda disponível. No âmbito da sua apresentação nacional, tive já oportunidade de conduzir o Elroq 85, versão equipada com a bateria de maiores dimensões e, assim, a de maior autonomia da gama. A análise detalhada da experiência de condução reservo para um contato dinâmico mais prolongado, mas apreciei, desde já, a solidez geral, o espaço e conforto interior, bem como a organização do tablier e a facilidade de utilização do infotainment. O consumo de energia pareceu-me algo elevado, mas as condições do dia não eram, efetivamente, as melhores.

Em termos de concorrência, a Škoda identificou estrategicamente quatro modelos específicos, dois deles, inclusivamente, de categorias diferentes de produto. O BYD Atto 3 e o KIA EV3 são rivais diretos e facilmente justificáveis, mas nomes como o Volvo EX30 e o MG 4 talvez sejam mais inesperados. O primeiro justifica-se, segundo os responsáveis da marca, pela tipologia de cliente e volume de vendas, o segundo, porque apesar de ser uma berlina, consideram ter com o Elroq um valor de venda mais do que competitivo para conquistar o público que opta pelo MG pelo seu preço inferior.



A Škoda não esconde igualmente a sua ambição de ir mais além do que o normal na conquista de clientes particulares, uma tarefa especialmente difícil neste segmento. Porém, tem para isso um plano bem definido, apontando o Elroq 50 aos clientes que utilizam o seu automóvel maioritariamente em ambiente urbano e o Elroq 85 aos que, pontualmente, o utilizam fora da cidade, onde os pontos de carregamento não são tão abundantes. O Elroq 60, assumem, é o “match” perfeito para as empresas e será, preveem, a versão mais representativa em termos de vendas. A gama será também reforçada com a versão desportiva RS, recentemente anunciada, com 250 kW (340 cv) de potência, bateria de 84 kWh de capacidade (capacidade útil de 79 kWh) e uma autonomia máxima WLTP de 550 quilómetros. A aceleração de 0 a 100 km/h demora 5,4 segundos.


A gama 100% elétrica da Škoda será em breve igualmente alargada com a chegada dos novos Enyaq e Enyaq Coupé, estando ainda previstas para este ano as revelações dos novos Epiq e de um novo SUV de 7 lugares, para já apenas designado por “Space”. O concept “Kombi” antecipa uma provável station wagon elétrica – formato muito apreciado pelos clientes Škoda nas gamas Octavia e Superb – e será revelada em 2027.