Skoda Octavia Break 2.0 TDI: a melhor opção… contudo…
Testámos o Skoda Octavia Break, eleito familiar do ano em Portugal, com o motor a gasóleo com 150 cavalos e só temos coisas boas a dizer. É, sem dúvida, o único carro que vais precisar… excepto se não precisares dele, claro.
Pode parecer-te estranho o que estamos a dizer, mas é verdade. Esta carrinha Skoda Octavia, que todos clientes Skoda parecem querer, está mesmo muito boa. A geração anterior foi um tiro ao lado, por culpa daqueles faróis dianteiros recortados a meio, todos desprovidos de sentido, que destoavam de um design que, apesar de não ser vanguardista, era sensato.
Carro do professor
Mas daquele “buéda” bacano, que toca guitarra no recreio com os alunos, que lhes envia áudios pelo whatsapp no grupo da turma para esclarecer dúvidas e que calça os mesmos ténis que os alunos. Vá, se calhar nem tanto, mas entendem o meu ponto.
A Skoda sempre foi associada aos professores, aos psicólogos, aos contabilistas… e tinha uma razão de ser. Era uma escolha sensata, excelente relação qualidade-preço e durabilidade. Isso não mudou, mas agora está mais fixe. É mesmo essa a palavra. Foi grande a quantidade de gente que virou a cabeça enquanto eu passava nas ruas. Tive, até, um grupo de jovens, com os seus 25 anos, vá, a exclamarem uns para os outros “curte só, é a nova carrinha Octavia”, enquanto eu a fotografava.
Resumindo, o design está muito melhor. Mais moderno, com linhas mais dinâmicas e uma proporção muito boa. Está gira! E no interior também. O interior está diferente do resto dos primos do grupo. Tem um desenho quase cascata desde o tablier até à consola central. O ecrã do infoentretenimento, central, é totalmente de toque mas, por baixo, tem botões de acesso rápido. Obrigado Skoda! Touch screen e tal, tudo bem, pronto. Mas ter botões de atalho dão imenso jeito. Não são os botões com o melhor material e dão uma sensação algo solta, mas esse é o compromisso necessário para baixar um pouco o preço.
A qualidade geral, apesar de não ser excelente – isso está reservado aos premium, ou pelo menos devia estar – é muito boa. Tem materiais de qualidade, com um bom toque e uma boa construção. Há plásticos mais rijos, naturalmente, na consola central e nas zonas menos tocadas, embora a arrumação ao fundo das portas tenha um detalhe que me deixou muito contente e denota que deram atenção ao design, mesmo com algumas limitações nos materiais: o compartimento é forrado a feltro, mas também por baixo do apoio do braço, para o caso de, ao retirar uma garrafa, por exemplo, não nos magoemos num plástico mais rijo no apoio do braço. Bem jogado, Skoda.
Uma nota especial para o volante desportivo com uma qualidade e um toque excelente e para os bancos estilo baquets, com um design muito fixe e muito bom apoio, que ajudam a uma posição de condução quase irrepreensível. Os bancos e o volante fazem parte do pack desportivo.
Respira fundo mas é poupada
A par com o design, o motor está, também, excelente. É o 2.0 TDI do grupo VW, na versão mais potente de 150 cavalos e muito binário. 360 Nm que permitem excelentes recuperações, juntamente com a caixa automática DSG. Quase nem se dá por ela. Se pisarmos o acelerador ela engata as velocidades com um pouco mais de vigor, mas tem uma utilização super confortável no geral. O motor surpreendeu-me. Tem bastante força, permite uma boa velocidade cruzeiro alta em auto-estrada com baixas rotações – algo dentro dos 130 km/h abaixo das 2.000 rpm – e faz consumos óptimos.
Não são os 4,5 litros/100 km anunciados, mas terminei o ensaio com 5,6. Nada mau. talvez conseguisse baixar para os 5.2 com mais estrada aberta, mas andei um pouco em cidade. Ainda assim, é um consumo exemplar para um motor com esta cilindrada e uma carrinha com mais de 1423 kg. Acelera em menos de 8 segundos dos 0 aos 100, mas onde se destaca é nas recuperações. Se for preciso ultrapassar ou “sair daqui para fora” basta pisar o acelerador que ela espevita logo.
Dinâmica?
Sim, até é. Contudo, não esperes nada de outro mundo. Nota-se que o chassis é bom e que aguenta um curva ou outra, especialmente com as jantes de 18 polegadas que tinha. Mas a afinação não é desportiva, apesar de ter um modo desportivo que ajusta a resposta do motor e da caixa. É, isso sim, uma carrinha extremamente boa em tudo e a melhor opção que podes escolher, bem à maneira Skoda. Contudo – cá está – isso só é válido se for o que estás à procura. Eu explico melhor.
Se procuras habitabilidade e espaço de bagageira, é a opção certa. 640 litros de bagageira na versão carrinha. A berlina impressiona ainda mais, com 600 litros. Aposto que é a melhor do segmento. Se procuras uma boa relação qualidade-preço, é a opção certa. Se procurares mais qualidade, não. Para terminar, se fazes muitos quilómetros – especialmente fora da cidade – esta é a opção certa. Um motor excelente a todos os níveis e com capacidade para centenas de milhares de quilómetros. No entanto, se não fores caixeiro viajante ou não tiveres negócios em várias zonas do país, não é. Felizmente, a Skoda tem motores a gasolina, de 1 litro, turbo, de 115 cavalos, por menos 9 mil euros com tudo o resto igual: muito bom, portanto.
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