Hyundai i30 N-Line
Não é super herói, mas tem capa
Todos nós já sonhámos, nalguma altura da nossa vida, em ser super heróis. Se forem como eu, devem andar a toda a hora a imaginar que têm super poderes. Aliás, que têm poderes, porque na verdade ninguém tem, sequer, poderes. O que é um poder? Nós somos só humanos. Não temos poderes. Temos alguma inteligência, alguma força e destreza, temos cinco sentido que até são porreiros, mas poderes não temos (até ver, arrotar muito alto não conta, ainda que pareça). Quanto mais super poderes. Ter poderes já era muito bom! E o que é que esta conversa toda tem a ver com este i30 N-Line, perguntam vocês e muito bem? Pois bem, tudo. Este N-Line é o que equivalente automobilístico a ter poderes. Não super, mas poderes. Se o i30 normal fosse um humano – tem alguma força, bons sentidos, e alguma agilidade – este N-Line dá-lhe alguns poderes. Mais tração, melhor agilidade e uma capa. Porque, meus amigos, o que importa é a capa. Não interessa se és rápido, se tens força ou és muito inteligente. Se não tens capa, não está a valer. Ora, neste N-Line, a capa são as jantes de 18 polegadas, os para-choques, volante, manete da caixa e bancos desportivos diretamente do i30 N e os pedais em alumínio. A agilidade passa pela suspensão revista, a direção um pouco mais comunicativa e, novamente, as jantes. No campo da força, não muda nada. Temos o mesmo bloco 1.4 litros, turbo, de 4 cilindros com os mesmo 140 cavalos e 240Nm de binário normais – se bem que este motor facilmente chega aos 170/180 cavalos com um ligeiro toque na eletrónica – que chegam perfeitamente para o dia a dia e para acelerar quando é preciso, se bem que só lá para as 3500 rotações é que começa a dar o ar da sua graça. Ao nível da inteligência, temos também o normal. Os sensores de estacionamento, proximidade e de saída de faixa, a câmara traseira e o infotainment tradicional da Hyundai, embora já haja um novo, por exemplo no Santa Fé, com uma qualidade gráfica melhorada.
A característica que eu mais destaco, no entanto, não tem nada a ver com dinâmica de condução, motor ou visual mais desportivo. É, antes, a facilidade com que se conduz. E nem é a assapar! É na condução que vamos fazer 90% das vezes. Aquela condução normal de ligar, arrancar, ir onde nos apeteceu e voltar para casa, tudo isto com uma facilidade e conforto excepcionais! É talvez dos carros mais prazerosos de conduzir que eu já testei. O toque dos materiais – o volante é fantástico! – a embraiagem leve, a direção que não luta mas que também não é leve demais, enfim, tudo. Desde o momento que nos sentamos nos bancos desportivos do N até que nos afastamos do carro e damos aquele “último” olhar, a experiência é totalmente compensadora. E como podemos confirmar isto tudo? Quando a nossa namorada nos diz que o carro se conduz muito bem. Cá está! Se tem o selo de aprovação da mulher, está mais do que aprovado.
Eu fiquei muito satisfeito com o carro e o seu comportamento. Com um preço abaixo dos 29 mil euros, tem uma condução ótima e é muito confortável, por isso é uma boa escolha para quem quer uma carro com um ar mais desportivo, com capacidades ligeiramente melhoradas e que não vai desapontar. Ah, e do qual ainda conseguimos extrair facilmente mais umas quantas dezenas de cavalos, se assim quisermos.
É certo que não é um super herói como o i30 N, mas tem uma capa e isso já lhe dá alguns poderes.