Matchbox: Os carrinhos das caixas de fósforos viraram ambientais
A mais recente novidade da Matchbox fez-me regressar ao passado, a um tempo em que não tinha grandes preocupações para além de obter boas notas na escola (ou nem tanto) e de saber se mantinha intactas todas as minhas valiosas miniaturas, guardadas dentro das respectivas caixas, exemplares que me acompanhavam para os mais diversos destinos. Comigo para as férias iam uns quantos, mas para o pátio onde brincava com a malta – nunca fomos muito de futebóis – ia o lote quase todo, em conjunto com umas quantas pistas amarelas que se montavam – na altura só com um looping e um salto – para ver qual conseguia chegar mais longe nas corridas que se faziam!
Isto porque 25 anos antes, em 1952, um tal engenheiro inglês, de seu nome Jack Odell, resolveu um problema à filha que lhe disse estar triste porque na escola só a deixavam levar um brinquedo se coubesse dentro de uma caixa de fósforos (vulgo “matchbox”). Fabricante de peças metálicas para carros à escala real, Odell reduziu os detalhes de um deles (no caso um veículo rolo-compressor), criando um brinquedo que cabia na palma da mão da filha e, claro está, na tal caixinha de cartão. A partir daí o sucesso foi galopante, criando-se a marca Matchbox que depressa se tornou numa das assinaturas mais populares do mundo das miniaturas em metal, criando os mais variados tipos de veículos, que permitiram que crianças de todas as idades – e também alguns adultos, hoje coleccionadores – pudessem explorar o mundo e descobrir a sua própria independência, ou a paixão pelo mundo automóvel, como é o meu caso.
Passado este introito à laia de regresso ao passado, sabe-se agora que a Mattel – empresa que hoje detém a marca dos meus outrora encantos – anunciou querer passar a produzir todos os carrinhos die-cast, conjuntos de jogos e embalagens Matchbox com plásticos 100% reciclados, recicláveis ou de base biológica, num target definido para 2030 – o mesmo ano que vários construtores automóveis reais definiram como barreira para a sua própria transição para uma oferta 100% eléctrica – dando aos mais novos brinquedos inovadores que lhes permitirão abraçar um futuro mais ecológico.
O primeiro será (sem grande surpresa) um Matchbox Tesla Roadster, disponível a partir de 2022, num conceito die-cast produzido com 99% de materiais reciclados e certificados como neutros em emissões de carbono: 62,1% de zinco reciclado e 36,9% de plástico reciclado, sendo apenas de 1% a parte em aço inoxidável.
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Será o primeiro de um lote que, a partir daí levará a marca que, com licenças de múltiplos construtores, vende mais de 40 milhões de carrinhos die-cast por ano, a ascender a um novo patamar, mantendo o objectivo de estímulo às aventuras dos mais novos no mundo das rodas, desta feita ajudando-os a adaptarem-se a um mundo em constante mudança, numa abordagem eco-friendly do conceito de brincadeira, integrando no seu portfolio novos conceitos, de miniaturas com motores eléctricos, aos próprios carregadores em conjuntos de jogos de postos de combustível, entre outras soluções.
O mundo está em mudança, pula e avança com uma velocidade estonteante rumo a uma inevitável electrificação, não só na vida real, como nas próprias brincadeiras nos quartos e pátios dos nossos burgos!
Fotos: Oficiais / Matchbox