Emira, o 12º “E” da Lotus Cars
Eleven, Elite, Elan, Europa, Eclat, Excel, Esprit, Elise, Exige, Evora, Evija e – the last but not the least – o Emira. E o que há em comum em todas estas denominações? A resposta é óbvia: todas começam pela 5ª letra do nosso alfabeto latino. Vem isto a propósito da apresentação da mais recente criação da Lotus Cars, o coupé de dois lugares que ilustra este artigo num brutal tom Seneca Blue, num evento que decorreu há dias em Hethel, na região britânica de Norfolk.
Pronuncia-se “E-meer-a”, palavra que em muitas línguas antigas representa algo como “comandante” ou “líder”, posição que o desportivo de características premium pretende alcançar para a Lotus Cars, elevando a marca britânica a uma posição de que há muito se viu arredada quer no segmento, quer no mundo automóvel.
Então e porquê este 12º modelo iniciado pela letra “E”? A história conta-se em meia dúzia de linhas: os Lotus iniciais da marca criada por Sir Colin Chapman designaram-se, sucessivamente, de Mark I (1948) a Mark XI (1956), ou “Mark Eleven”, referência que rapidamente abdicou do “Mark”, passando a ser lido apenas pelo numeral por extenso em língua inglesa. A partir daí vieram os restantes modelos da marca, sempre com o “E” no início da palavra que define o modelo, numa quase trademark estratégica da marca de origem britânica, hoje detida por chineses.
Evolução do que melhor integra a tripla Evora (de 2008) / Exige (2000) / Elise (1996), o Emira é, assim, o mais recente desportivo premium de motor central da marca, que encarna na perfeição a transformação contínua do negócio e da Lotus Cars, sublinhando-se, entre outros, por um chassis em alumínio extrudido, um design marcante e uma performance dinâmica emocionante, apontando ao melhor ride & drive da sua classe, permitida por uma excepcional e aprimorada aerodinâmica, para uma experiência inigualável que a marca define apontada “For the Drivers”.
Com um preço de entrada inferior a £ 60.000 (o que em conversão directa dá algo como € 72.000), o Emira apresenta-se com medidas de modelo de passerelle: 4.412 mm de comprimento para 1.895 mm de largura (com espelhos rebatidos) e 1.225 mm de altura, para uma distância entre-eixos de 2.575 mm.
Definido como o derradeiro modelo da Lotus Cars equipado com motores térmicos, a aposta assenta em duas vertentes a gasolina: por um lado um 4 cilindros em linha, de 2,0 litros e origem AMG, por outro um V6 de 3,5 litros com selo da Toyota, podendo ver-se associados, consoante o caso, a transmissões manuais, automáticas e de dupla embraiagem (DCT), com patilhas no volante e os cada vez mais comuns Driving Modes. As potências vão dos 360 aos 400 cv e os binários serão de 430 Nm, para uma aceleração dos 0 aos 100 km/h abaixo dos 4,5 segundos e uma velocidade máxima na ordem dos 290 km/h. As emissões de CO2 são, como seria de esperar num produto deste tipo, tudo menos contidas, na ordem dos 180 g/km.
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Em termos de cores, são seis os tons exteriores – Hethel Yellow, Shadow Grey, Magma Red, Nimbus Grey, Dark Verdant, mais a cor de lançamento Seneca Blue – passíveis, caso a caso, de se conjugarem com cinco jantes com diferentes acabamentos, gloss ou gradualmente menos polido, vendo-se, através dos seus múltiplos raios, as pinças pintadas a preto, vermelho, amarelo ou cinza. Já o cockpit do Emira pode ter sete composições, divididos por pele Black Nappa, Red Nappa, Grey Nappa e Tan Nappa, e ainda pelo Black Alcantara com pespontos em cinza, vermelho ou amarelo. Do seu equipamento, para além do tradicional dos modelos de cunho desportivo, faz parte um conjunto de soluções de conectividade, infotainment, de apoio ao condutor e de segurança, activa e passiva, semelhantes a muitas soluções que se encontram nos (mais) normais modelos do nosso quotidiano.
O unboxing do novo Lotus Emira decorreu com pompa e circunstância nas instalações de Hethel, o recuperado quartel-geral da Lotus Cars, marca hoje detida em regime de joint-venture entre o gigante industrial chinês da Zhejiang Geely Holding Group Co (que detém 51% do capital) e a Etika Automotive (com os restantes 49%). Ao evento – que pode ser revisto aqui – não faltou aquele tempo esquisito tão típico de terras britânicas, impedindo que se produzisse um maior espectáculo que poderia ser proporcionado por alguns dos modelos históricos da marca que desfilaram, com maior parcimónia, frente ao restrito grupo de convidados, de modelos de produção a monolugares de Fórmula 1, entre outros.
O novo Emira voltou depois a ser empacotado, vendo-se rapidamente despachado para o condado de West Sussex, de modo a participar no Goodwood Festival of Speed, apresentando-se como um dos múltiplos cabeças-de-cartaz do popular evento britânico dedicado ao sector das rodas motorizadas, nas suas diversas vertentes (motorsport, modelos de produção, história, coleccionismo, etc). Clique no link acima e siga todas as novidades, não só da Lotus Cars, propostas que, até Domingo próximo, por ali irão desfilar, nos múltiplos eventos de um muy extenso programa de festas.
Fotos: Oficiais / Lotus Cars