DS 7: um SUV à francesa, para um gosto bem português
Toda a gente gosta de SUV. Se forem portugueses, então, gostam de SUV e gasóleo. Pela lógica, este DS 7 vai fazer as delícias de muitos clientes nacionais.
Venha o Diesel… enquanto der
Começamos já por aqui. A motorização mais apelativa ao mercado nacional é qualquer uma a gasóleo. Qualquer uma. Desde o pequeno utilitário que vai fazer muitos quilómetros ao serviço de um estafeta, ao completamente inútil e gigantesco sedan de 100.000€ que vai fazer poucos quilómetros ao serviço de um executivo que sente necessidade de compensar pela falta de algo. Há razões para isso. Para o Diesel, entenda-se; para o resto, não faço ideia. As vantagens fiscais para as empresas. E, considerando que a maior parte das vendas de veículos em Portugal são feitas a empresas, percebemos a razão. Mas isso está a mudar (e ainda bem). Esperemos que a fiscalidade continue a acompanhar a mudança e não se acobarde daqui a uns tempos.
Este DS 7 é um verdadeiro carro de luxo. Já vamos analisar o porquê. Por agora, queria falar do motor, pois sendo o já conhecido 1.5 BlueHDI, é mais simples de o explicar. Um quatro cilindros a gasóleo, com 130 cavalos e caixa automática de 8 velocidades. Muito competente e capaz de consumos muito bons, ainda que este SUV seja pesadote, como o são praticamente todos. Meter um motor destes num familiar compacto é garantia de consumos na ordem dos 5 litros/100 km. Neste SUV, mete mais um litro, vá, e se andares a puxar por ele, seja na autoestrada, seja em cidade, mete-lhe mais outro. Ainda assim, como disse, competente.
Condução e conforto
Não posso deixar de referir a condução antes de passar ao conforto e ao luxo. Não há, de todo, pretensões dinâmicas num carro deste tipo. Não pode haver! Agora, o que pode – e deve – haver, é algum cuidado na hora de dar aquilo que os clientes estarão à espera. E no caso deste DS 7, acredito que estejam à espera de um carro que seja fácil de conduzir e que não seja “teimoso”. Se é direita, que vire logo à direita “e sem me dar trabalho”. Se eu quero ir em frente, ele que avance e sem hesitar. Ou seja, que leve esta ideia de luxo e conforto também para a condução. Os carros devem servir-nos a nós, e não ao contrário. Nunca gostei de carros caprichosos. Uma coisa é temperamento. Outra é capricho. O DS neste departamento foi impecável.
Quanto ao conforto, é algo que se mistura com os parágrafos seguintes, do luxo e equipamento. Mas não destoa. Confortável, sem ser necessário recorrer ao equipamento, como já te vou contar. Bom amortecimento, em autoestrada parece um tapete, em cidade é cuidadoso dentro do possível e as viagens são feitas com muita serenidade.
Agora o luxo
Esta é a verdadeira razão de compra de um DS. Sim, o estilo e o design é arrojado, ok, mas dependente, sempre, do gosto pessoal de cada um. Eu gosto. Mas é no interior que recebemos aquilo por que pagámos. Digam um equipamento e o DS 7 tem. A versão que testei tinha o nível de equipamento Rivoli, o que significa que tem praticamente tudo. Só não tem, por exemplo, um micro-ondas e é porque não faria muito sentido, porque raras são as pessoas que tomam o pequeno-almoço ao volante. Eu desaconselho, por exemplo. Aliás, acho que só lhe falta mesmo um porta-luvas ou a arrumação debaixo do braço refrigerada. Mas isso é porque, lá está, talvez não seja uma coisa que as pessoas hoje em dia procurem.
O meu já-a-precisar-da-reforma-fiat-bravo tem um espaço dentro do apoio de braço para colocar uma garrafa até meio litro que refrigera quando o ar condicionado está ligado. Se o usei várias vezes? Não, mas usei algumas e gosto de saber que se for necessário está lá. E eu não gosto de água fria. Gosto dela assim mais para o natural-fresco. Picuinhas, eu sei.
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Agora, se estamos a falar de bancos traseiros reclináveis, por exemplo, tem. E tem, também, os da frente eléctricos, aquecidos, refrigerados e com massagens. Mais? Sistema de som HiFi FOCAL Electra que é bem bom. Vidros acústicos, para reduzir ainda mais o ruído exterior, faróis de nevoeiro LED e faróis DS Active LED Vision todos inteligentes. Câmara 360º e assistência ao estacionamento, e todas as outras coisas mais normais que a maioria dos carros já traz. Tudo com qualidade, como o interior forrado a pele demonstra e uma qualidade de construção muito boa.
Tudo coisas que seria de esperar que custassem muito ou que só estaríamos à espera noutras marcas. A verdade é que não é propriamente barato, ainda para mais tendo em conta o motor que tem, assim mais pequeno (mas eficiente, que é o que importa). Algo como 55.000€. Não é barato, eu sei, mas para esta qualidade, conforto e nível de equipamento, um SUV concorrente do segmento C custaria normalmente mais uns 10 a 15 mil euros. Se isto significa que o DS é pior? De todo! Significa, sim, que existe uma opção de luxo para quem sabe tomar decisões inteligentes.