Ford Kuga 2.5 PHEV – Apenas e só, um dos melhores híbridos plug-in do mercado
Não podia ter pedido uma melhor estreia com o Kuga da Ford. Não só porque este “AH73SG” foi, efectivamente, à estreia, mas também porque a minha primeira vez ao volante do SUV da Ford ter sido com aquela que é, actualmente, a versão mais apetecível, com propulsor híbrido plug-in. Mas antes de avançarmos para o teste propriamente dito, quero, desde já, tirar uma coisa do caminho: visto de frente, mas assim meio “de ladecos”, acho urgente a Ford fazer algo para tornar o Kuga mais apelativo. Para mim, não funciona, pois a frente não tem o dinamismo da traseira, muito menos nesta versão mais desportiva, ST Line X.
Como sempre, fiz esta observação simplesmente por fazer, pois podemos, ou não, gostar do visual, sem que isso signifique que o trabalho esteja mal feito. São gostos, apenas e só. Mas agora que já disse do que não gostei, vou focar-me no resto deste automóvel do qual, na verdade, gostei muito. Gostei, desde logo, porque sendo um SUV e colocando-nos no topo da acção, algo que nem sempre me agrada, compensa essa maior altura com um comportamento digno de um veículo mais baixo e, no caso deste híbrido, mais leve. O Kuga, como qualquer Ford, convence pela dinâmica, com uma boa direcção e suspensão competente, oferecendo reacções ágeis e, diria mesmo, divertidas.
56 quilómetros “eléctricos”. Sim, sim…
Esta versão híbrida plug-in combina um motor 2.5 litros, a gasolina, com um segundo motor, eléctrico, transformando-o, assim, no Kuga mais potente da gama. São 225 cavalos de potência – explorados por uma transmissão de variação contínua – mas, acima de tudo, a promessa de uma autonomia eléctrica de até 56 quilómetros graças à bateria de cerca de 14 kWh de capacidade. Só que neste teste a autonomia eléctrica não foi 56 quilómetros. Percorri, sim, 70 quilómetros antes de ouvir, pela primeira vez, o motor térmico. Um valor notável, parte do qual acumulado em autoestrada, ambiente onde normalmente a autonomia desaparece com uma rapidez pouco promissora. Sou sincero, não esperava atingir os 56 quilómetros, muito menos superá-los por boa margem.
Como é hábito, fiz o que não se deve fazer enquanto utilizador de um híbrido plug-in, mas em nome da ciência, não carreguei a bateria e lancei-me a 100 quilómetros de condução em circuito misto para, no fim, apanhar uma nova surpresa. Então não é que terminei o percurso com 56 quilómetros percorridos em modo eléctrico, tendo gastado 3,2 litros para percorrer os restantes 44. Isto significa que a tecnologia de regeneração de energia do sistema híbrido do Kuga é muito eficiente, utilizando-a, em bem mais de 50% do tempo para levar o Kuga para a frente sem precisar de recorrer à gasolina para o fazer. Assim, novo teste, novo percurso. Desta vez, mais 54,4 quilómetros, dos quais 39,4 foram feitos em modo eléctrico, tendo chegado ao fim com média de 3,9 l/100 km. Confirmações confirmadas, cheguei ao fim dos primeiros 255 quilómetros com um total de 175 feitos com zero emissões e com uma média de consumo de 4 litros “aos 100”. Valores, no mínimo, surpreendentes!
Muito de tudo, para todos
Surpreendente é, igualmente, o espaço e a oferta de equipamento, vertentes em que o Kuga passa com distinção, com dimensão e peso que podiam afectar a sua eficiência energética. Mas não, longe disso. Eficiente e um familiar incrivelmente competente e recheado, com bastante espaço disponível no banco traseiro, contando, inclusivamente, com espaço suficiente para três passageiros, até porque o túnel central é bastante reduzido, para não dizer, inexistente. O pára-brisas, o volante e os bancos, dianteiros e traseiros, são aquecidos, há tomadas USB com fartura e não lhe falta um excelente sistema de som assinado pela Bang & Olufsen. Para o condutor, são destaques, por exemplo, o sistema de assistência ao estacionamento e o painel de instrumentos totalmente digital.
O preço de 46.600 € aproxima-o da barreira psicológica dos 50.000 €, isto sem considerar os cerca de 4.400 € em equipamento opcional desta unidade, os quais o levam além desse valor. Ainda assim, considerando tudo o que oferece, o conforto, o equipamento de série, o espaço e, acima de tudo, o excelente desempenho revelado pelo motor híbrido, parece-me um valor justo, contas onde entra, ainda e até ao final do mês de Setembro, um desconto de 12,5% sobre o valor base e opções de fábrica. O Ford Kuga é um muito bom SUV e este Kuga PHEV é um muito bom SUV plug-in híbrido. No geral, do melhor que já conduzi com tecnologia híbrida plug-in. Tão bom, que foi o PHEV mais vendido na Europa no primeiro semestre de 2021. Grande estreia ao volante do Kuga. Ford, resolvam o design da dianteira, por favor.
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