SEAT Leon Sportstourer e-Hybrid. A inevitável evolução
Longe vão os tempos em que o “sonho” da malta nova era comprar um SEAT Leon com motor TDI. Um modelo que, pelo seu design desportivo, excelente performance e grande potencial de evolução com simples modificações, foi o sonho de muitos jovens condutores mais acelerados, digamos. Também eu, enquanto feliz proprietário de um Ibiza TDI, sonhei em dar esse salto. Acabei por nunca o fazer, mas quando chegou a altura de substituir o Ibiza com quase 400 mil quilómetros por uma “nova” máquina, o Leon TDI foi, obviamente, hipótese. Um Leon de 3 ou 5 portas, porque embora reconheça a versatilidade de uma carrinha como esta Sportstourer, sempre preferi os anteriores.
Outros tempos, outras prioridades
Mas apesar da excelente experiência que tive com o mítico motor a gasóleo da Volkswagen, possante, económico e praticamente indestrutível, a verdade é que senti algumas saudades do som e agradabilidade de utilização de um simples motor a gasolina, tecnologia que é, actualmente, a base do grande número de propulsores híbridos do mercado. E embora ainda seja possível adquirir um Leon com motor TDI, em versões de 115 ou 150 cavalos, estes vão perdendo terreno para esta grande aposta na electrificação do motor a gasolina 1.4 TSI de 150 cavalos, resultando neste híbrido plug-in, e-Hybrid, com 204 cavalos de potência. Para além dos motores, também as carroçarias evoluíram e é agora possível comprar um Leon híbrido em formato station wagon, carroçaria que se estreou com a terceira geração do modelo espanhol.
Para este Leon Sportstourer e-Hybrid FR , a SEAT declara uma autonomia WLTP, em ciclo combinado, de 64 quilómetros e mesmo não os tendo atingido, não posso estar desiludido com os 50 quilómetros que percorri em modo eléctrico com 90% de carga da bateria, momentos em que debaixo do pé temos disponíveis 102 cavalos de potência. Para os restantes momentos, de condução em modo híbrido, são de esperar consumos entre os 5 e os 6 l/100 km, mas por favor, se optarem por esta motorização híbrida plug-in do Leon, carreguem a bateria para usufruírem, na plenitude, das vantagens que traz. É, também, importante destacar a suavidade com que o motor térmico adormece e com que, de seguida, volta a acordar. De uma maneira geral, a “máquina” está muito bem oleada.
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Amortecimento variável é enorme mais-valia
A competência global do Leon é elevada e todos os argumentos deste coração híbrido são complementados pelo chassis DCC, com controlo electrónico do amortecimento, tecnologia que permite afinar, consoante as condições do piso ou o desejo do condutor, a firmeza do amortecimento. E com isto – apesar do número algo exagerado de configurações disponíveis – é possível conduzir um Leon muito confortável, em linha com a sua vertente mais familiar, ou um outro bastante mais firme, com uma dinâmica que o coloca entre os melhores. A caixa DSG de 6 velocidades, tal como a suspensão, está à altura das exigências, quer ao nível das transições suaves que apreciamos nas “voltinhas” diárias, quer com rapidez adequada para momentos mais entusiasmantes ao volante.
E porque um bom português gosta de uma boa carrinha, pois há sempre coisas para carregar e grandes viagens a fazer no verão, então o mais versátil dos Leon pode mesmo ser o que mais sentido faz no nosso mercado. Na bagageira estão disponíveis 470 litros de volume, bastante menos do que as versões puramente térmicas, com 620 litros, mas oferecendo, igualmente, uma óptima acessibilidade para ali colocar objectos grandes e pesados. Ainda por dentro, e sabendo que me estou a repetir, não aprovo a colocação dos comandos da climatização no infotainment. Só o repito porque gostava que a SEAT voltasse atrás nesta decisão numa próxima oportunidade, aquando da actualização da desta geração.
Ainda que ligeiramente menos versátil do que as versões não electrificadas do Leon Sportstourer, este e-Hybrid pode muito bem ser o melhor Leon da actual gama do compacto espanhol. O formato é, ainda, muito apelativo para o cliente português e o propulsor híbrido, ainda que faça o preço subir, é, para além do mais potente, sem dúvida aquele que melhor responde às exigências feitas a nível ambiental, com emissões reduzidas justificadas por uma autonomia eléctrica que ronda os 50 quilómetros por carga da bateria. Num mercado dominado por SUV e crossovers, por vezes não tão práticos quanto levam os potenciais clientes a acreditar, o Leon Sportstourer é mais um bom exemplo de que quando o tema é praticidade, é difícil bater uma station wagon. Disponível a partir de 39.602 €, a “nossa” bonita Sportstourer tem um preço final de 42.319 €.