Indo Eu, Indo Eu, a Caminho de Viseu…
… não encontrei o meu amor, mas confirmei que os híbridos plug-in são mesmo bons! Especialmente o Volvo S60 T8 Polestar Engineered que levei nesta viagem.
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A Premissa
Muito simples. Uns grandes amigos meus iam casar na zona da Guarda e eu tinha de arranjar maneira de lá ir. Coisa simples, naturalmente, pois o nosso país é bastante pequeno e há transporte para quase todo o lado. Melhor, ainda, quando nesse fim de semana temos agendado um teste ao Volvo S60 T8 Polestar Engineered. O ex-libris da marca sueca. Sim, não é o mais caro nem o maior, mas, para mim pelo menos, é o mais espectacular.
Só para esclarecer o título, não encontrei o meu amor porque ia comigo no carro. E fomos para Viseu porque temos lá casa e assim escusávamos de pagar alojamento. Só para não acharem que o título foi ali posto à toa. Nada disso! Aqui na Garagem fazemos as coisas com pés e cabeça. E, às vezes, com os pés na cabeça! Continuando.
Ora, com o casamento à porta e uma viagem de mais de 300 quilómetros até à casa na zona de Viseu e outra, depois, de 70 e tal até ao local da cerimónia, foi tempo de preparar o trajecto. Preparar, para conseguir extrair a maior eficiência de um carro que pesa 2500 kg e tem 415 cavalos de potência. É que estes dois números juntos assustam um pouco. Assustam, porque começo logo a imaginar consumos na ordem dos 15 litros aos 100 km. Ora, portanto, fazendo as contas, num fim-de-semana em que ia fazer cerca de 900 km, ia consumir um total de 135 litros de gasolina. Ou, se quisermos falar em euros, 230. Mais portagens. A viagem começava a assustar.
A Vantagem (e o Problema)
Felizmente, este Volvo S60 T8 Polestar Engineered tem um motor eléctrico de quase 90 cavalos e bateria suficiente para cerca de 50 km em modo 100% eléctrico. Isto significa que nos primeiros quilómetros gastei zero. Ok, gastei zero porque vinha carregado e atestado pela marca, mas numa situação em que eu fosse o proprietário (que situação incrível) teria gasto cerca de 1,5€ a carregar a bateria. O problema surge nos quilómetros seguintes, em que não há (muita) carga na bateria. Há o suficiente para o funcionamento híbrido, que ajuda bastante, mas não há máxima eficiência.
Isto é que se diz dos híbridos plug-in. “Ah, depois de esgotar as baterias aquilo consome que é uma vergonha”. Em cidade, é capaz, até porque estamos a falar de um carro tão pesado quanto um rinoceronte. Mas em cidade é para andar com as baterias carregadas, pá! Se não tens possibilidade de carregar as baterias, compra outro carro. É simples!
A Solução
Só que eu fiz uma coisa muito interessante. Ora, os carros são mais eficientes fora de estrada. Em auto-estrada e vias rápidas. A andar, portanto. Felizmente, este S60 T8 permite que o motor carregue as baterias (tal como outros modelos). Aproveitei, portanto, a estrada aberta e aqueles 130 km/h suaves e cliquei no botão (no incrível ecrã central de infoentretenimento) que dá a indicação ao motor para carregar as baterias. Em duas horas de viagem pela A1 já tinha mais de 30 km de autonomia eléctrica. Chegado a Viseu e tinha 50 km. Tudo isto com um consumo extra-urbano de 7,3 litros aos 100 km. Tanto quanto um “1500”. É que para além de carregar as baterias, o sistema híbrido continua em funcionamento.
Isto fez com que andasse em cidade/aldeia sempre em modo eléctrico. O ideal seria carregar as baterias num carregador, mas no interior do país ainda é complicado de os encontrar e os carregadores rápidos, para além de serem para utilizar só de vez em quando (em viagens longas por exemplo) são muito mais caros que os carregadores normais ou domésticos. A tomada doméstica também não consegui usar porque não levei a extensão de 25 metros que tenho. Mas o carro tratou do carregamento e terminei a viagem com um consumo de 7,3 litros num carro com mais de 400 cavalos. E a Volvo, para os novos modelos, vai aumentar a potência do motor eléctrico dos quase 90 para os quase 150 e duplicar o tamanho das baterias, elevando a autonomia eléctrica para os 100 km, tal como a Toyota tem no seu RAV 4 Plug-in (que, com o seu carregador de bordo de 6,6 kW dá uma carga completa em 2 horas e meia).
E faz sentido. Para o comprador que tem um apartamento, por exemplo, ou não consegue carregar as baterias com facilidade, o ideal é ter autonomia suficiente para alguns dias e capacidade de carregar em andamento. Porque se tem pouca autonomia e não consegue carregar as baterias como gostaria, se não tiver de as carregar tantas vezes, consegue utilizar o modo eléctrico de forma mais eficiente. Se calhar talvez nem fosse necessário aumentar a capacidade das baterias. Bastaria, apenas, aumentar a potência do motor eléctrico. Se o motor não precisar de fazer tanto esforço para mover o carro, não necessita de utilizar tanta energia.
A Conclusão
Sendo assim, fui de viagem, os meus amigos casaram num festa muito feliz e animada, e eu fiquei feliz por eles e por ter conseguido utilizar um híbrido plug-in incrível sem gastar muito… o ambiente e a minha carteira. Não precisava de ter sido no fantástico Polestar Engineered com os seus 4,6 segundos dos 0-100km/h, jantes de 20 polegadas, suspensão desportiva (e muito confortável) e travões brutais, mas ainda bem que foi. Eram uns 69.000€ bem gastos. Ou 63.000€ se optasse pela versão T8 normal.