Novo Volkswagen Polo: gostei bastante, mas com algumas reservas
Depois da apresentação nacional, pudemos, agora, experimentar mais a fundo o renovado Volkswagen Polo. Continua com ambições de ser o standard do segmento, mas já não vai ter a tarefa tão facilitada.
Para começar, porque a concorrência está cada vez melhor. E se isso, no geral, é um bom sinal para o mercado e para os consumidores, para a Volkswagen não são grandes notícias. Isto porque, apesar do renovado Polo estar muito bom, em alguns aspectos peca por defeito.
Motor
Começo por aquilo que será, talvez, o seu ponto-forte. Um motor singelo, de 1 litro, com turbo e 95 cavalos, associado a uma caixa manual de 5 velocidades. Gostei da simplicidade e dos consumos. Fora de cidade, fiz um trajecto com cerca de 50 quilómetros a 4,8 litros/100 km. Já dentro da urbe, a coisa eleva-se para os 6/6,5. Nada mau. Se andarmos com calma – como deve ser – facilmente temos um carro bastante comedido.
Quanto à potência, se achas que precisas de mais, primeiro estás enganado e, segundo, podes sempre comprar a versão com 110, reservada à versão R-Line com caixa automática DSG. À tua disposição tens também o mesmo motor, mas a gás natural com 90 cavalos (apenas na linha Life).
Durante este ensaio nunca senti nem falta de potência nem de pujança. Naturalmente, não tem o binário de um carro a gasóleo ou com o dobro da cilindrada, mas tem o suficiente para o dia-a-dia. A caixa manual cumpre, mas talvez a DSG fosse mais interessante. Custa mais 2.500€ e aumenta ligeiramente o consumo, é certo, mas é mais descansada. Nunca vamos ter andamentos incríveis com este motor e a velocidade a que mais gosta de “rolar” é cerca de 90 km/h em autoestrada. Pouco ligeiro, mas os consumos agradecem muito.
Lá por dentro
O caso muda de figura. Continuamos a sentir o trabalho e cuidado alemães, mas parece que se esqueceram de que as portas fazem parte do carro. Isto porque as portas são totalmente em plástico rijo. Não custava nada – custava, claro, mas acredito que compensasse – colocar um pouco de plástico mais macio na parte de cima e na zona de apoio dos braços. Na consola central, apesar de plástico rijo, tem um acabamento polido que lhe dá um aspecto muito mais cuidado.
A montagem é boa. Mal seria se não fosse. Afinal de contas, contas feitas e o novo Volkswagen Polo custa a partir de 21.246€, o que já é considerável para um compacto. Claro que as marcas fazem estes carros com materiais menos nobres porque têm em vista um preço competitivo, mas duvido que fossem os mais 200 ou 300 euros que custaria para ter outros materiais que fizessem os clientes fugir. Pelo contrário! Há pessoas que compram carros mais pequenos, não porque querem um carro mais barato, mas porque não precisam nem querem um carro maior ou melhor. Essas pessoas também deviam poder ter a possibilidade de ter um carro com bons acabamentos e materiais.
Ao nível do conforto, dou uma nota muito positiva. É fácil encontrar uma boa posição de condução e sentimo-nos sempre aconchegados pelo carro. Eu gosto desta sensação estilo “cockpit”. A suspensão faz um bom trabalho e, apesar de sentirmos a “leveza” do carro, nunca ficamos a sentir que é frágil. Conduz-se bem e nunca senti que não conseguisse enfrentar as curvas com segurança.
Equipamento e tecnologia
Felizmente, os carros novos já vêm com vários sistemas de segurança e com todos os indispensáveis, como assistente de manutenção na faixa de rodagem, sensores de proximidade com os carros da frente e travagem de emergência, entre outros. Este renovado Polo não é excepção. Tem cruise control adaptativo, monitorização de peões e ciclistas, sensores de estacionamento à frente e atrás, câmara multifunções, faróis dianteiros e traseiros em LED e painel de instrumentos digital.
Quanto ao infoentretenimento, há um touchscreen central de 8 polegadas com um botão físico para o volume (boa!), 6 altifalantes e ligação ao Android Auto e Apple CarPlay. Isto de base em todas as versões. As restantes vão adicionando alguns equipamentos, mas não muito. Ou seja, o renovado Polo vem bem carregado de origem.
A versão que testámos era a Style, entre a Life e a R-Line, que gostei bastante, mas senti que a versão mais simples seria mais interessante, porque os 1500€ a mais não me pareceu que compensassem. Ainda assim, por cerca de 22.800€, a versão Style estava muito interessante.