Mazda CX-30 e-Skyactiv X: até parece manteiga
O SUV compacto da Mazda tem uma missão: agradar a toda a gente. E, na minha humilde opinião, consegue. Design inteligente, minimalista e um excelente motor. O preço – muito por ser um 2 litros – é algo elevado, mas dentro do segmento.
Perdoem-me a analogia, mas foi a que me veio logo à cabeça enquanto pensava num título. O que só prova que nem sempre as primeiras coisas que nos veem à cabeça são as melhores. Mas adiante! O que importa é a ideia que quero passar, e acho que consegui. Este Mazda CX-30 anda pela cidade como manteiga. Não por falta de tração, entenda-se, até porque essa tem suficiente e se achares que falta, podes sempre comprar a versão com tracção integral.
Considerações iniciais
Não aconselho – a não ser que pretendas andar fora de estrada – até porque pagas substancialmente mais e não ganhas muito com isso. A segurança, essa, está lá. Tanto nos sistemas de segurança activos e passivos, como na sensação que transmite enquanto se conduz. Apesar de ser um SUV (mini-SUV, vá… para não dizer crossover) tem umas dimensões bastante compactas, sem com isso perder espaço interior. Por fora parece pequeno e proporcional e, por dentro, transmite uma sensação de casulo. E eu gosto disso.
A habitabilidade nunca será tanta quanto a do irmão CX-5 – esse, já, um SUV – mas se procuras algo relativamente compacto e prático, não ficas a perder. Há espaço para 4 adultos e uma bagageira com um chão de borracha, com espaço suficiente para a maioria das coisas. Há-de haver dias em que precises de mais espaço, mas não será em viagens, por isso basta rebateres os bancos e voilà! Não é um carro para pessoas altas, porque se tiveres mais do que 1 metro e 80, vais sentir-te com pouco espaço até ao tejadilho. Não sei se é culpa dos bancos com regulação eléctrica, que talvez fiquem mais altos (já andei com uma versão com bancos manuais mas não me recordo se estava mais baixo), mas para os meus 1,73 metros está fixe.
Motor
A jóia da coroa da Mazda. O seu e-Skyactiv X, aqui na versão híbrida ligeira. O híbrido ligeiro, como de resto em todas as marcas que o apresentam, não serve para nada e mais valia estar lá fora. Serve para homologações e para agradar aos legisladores, mas em termos práticos, para o consumidor, só encarece os produtos. É mais ecológico e económico acalmar a condução através da electrónica do motor num qualquer modo ECO do que isto.
Mas a Mazda tem o seu trunfo no motor e-Skyactiv X. Já se falou muito dele e, para recordar, basta dizer que simula um motor a gasóleo a baixas rotações, utilizando uma alta compressão do combustível e que isso significa mais binário a baixos regimes e consumo menor. Incrível, embora a nível prático funcione melhor fora de cidade do que dentro dela. Ainda assim, com um teste quase todo em terreno urbano, 7 litros aos 100 quilómetros num motor 2 litros com quase 190 cavalos é bem bom. Fora de cidade, podes contar com algo entre os 5 e os 6 litros.
Minimalista
Tudo nos Mazda actuais – tirando, talvez, o CX-5 que ainda não é novo, por assim dizer – tem uma “cena” minimalista que me agrada muito. Pouco ruído visual, linhas sóbrias mas elegantes, e consegue tudo isso mantendo botões lá dentro. Génios, eu sei! Essa simplicidade dá-nos uma calma incrível quando o conduzimos, o que faz aumentar muito os níveis de conforto. Porque não é só suspensão e bancos. O conforto passa, também, pela mente, e a Mazda sabe-o muito bem. Faz parte da cultura japonesa.
Mas ser minimalista não significa que não se tenha um carro com tudo e mais alguma coisa. Pelo contrário. Este CX-30 tem tudo o que é necessário e mais algumas coisas que, não sendo necessárias, elevam o conjunto. Sistema de som BOSE, bancos em pele, brancos, eléctricos e aquecidos e head-up display, só para nomear alguns.
O preço de 42.500€ pode assustar, mas quando se analisa tudo, percebe-se que, afinal, o preço está adequado. Afinal de contas, quanto custa ter um motor de 2 litros altamente tecnológico e um carro premium com todas as comodidades e conforto? Mais do que isso, certo? Afinal o preço está bom.