Skoda Kodiaq 2.0 TDI – não é barato, mas é muito bom
Um carro para quem precisa de muitos lugares, mas não dispensa estilo, equipamento, qualidade e um bom motor. O preço, pronto, é o que é.
A expressão “bom e barato” tem cada vez menos utilidade. Primeiro, porque está tudo a ficar mais caro. Segundo, porque a qualidade não me parece que acompanhe essa subida de preço. Há várias excepções, certamente, e nos automóveis a Skoda é uma delas. Os seus carros são bons, com muita qualidade, práticos e o preço, esse, costuma estar dentro dessa categoria de “bom e barato”.
Naturalmente que, com o passar do tempo, tudo muda, especialmente para os modelos topo de gama. Mas isso é com tudo; carros e não só. Nos carros, a tendência, curiosamente, é que os mais baratos não sejam, normalmente, bons. Se queremos qualidade, temos de pagar mais. Mas a Skoda sempre nos habituou a bons produtos com um preço adequado. No caso deste Kodiaq, embora o preço desta versão ensaiada esteja nos 51.000€, o que recebemos em troca é muito bom.
Este vs Os Outros
Se analisarmos este carro de forma fria e tendo em conta, apenas, ele próprio, percebe-se que não é barato. É bom, certo, mas 51.000€ não é para todas as carteiras nem estilos de vida. Mesmo que estejamos a falar de um carro com 7 lugares, um bom motor 2 litros a gasóleo com 150 cavalos e uma caixa DSG de 7 velocidades, com muito equipamento, desde os sistemas de segurança ao entretenimento e coisas práticas para o dia-a-dia.
Agora, se o analisarmos tendo em conta a concorrência, percebemos que é uma escolha certa. Se aqui na Garagem fizéssemos uma análise do estilo “defesa do consumidor”, este carro receberia o selo “Escolha Acertada”. Mesmo sabendo que quando se fala de carros a emoção leva sempre a melhor. Felizmente para a Skoda, essa parte está garantida. O carro tem estilo, tem pinta de offroad – e até é capaz de o fazer ao contrário de muitos no segmento – assim bem robusto e com um design que vai agradar a muita gente.
Se formos ver o mesmo estilo de carro, equipamento e motorização, a concorrência está mais cara. E aquela que não está, não tem o selo “Grupo Volkswagen” que, para nós portugueses, ainda tem muita validade. Cada vez menos, o que é bom, pois significa que as outras marcas estão a subir a fasquia e quem ganha é o consumidor. Ah, sim! Desde que não subam o preço, claro.
Conforto e comportamento
Não são muitos os carros que trazem 7 lugares. Mas também não são muitas as pessoas que precisam deles. Os tradicionais 5 chegam e sobram. Mas se precisas de mais – seja por teres muitos filhos ou um agregado familiar mais extenso – as opções são relativamente reduzidas e, infelizmente, caras. Por outro lado, nunca terás um mau carro. Terás despesa, mas em contrapartida, um bom carro.
No caso deste Kodiaq na versão SportLine – a que mais me faz sentido pela estética geral – trazia o já referido motor 2 litros a gasóleo com 150 cavalos. Suficientes, embora tenha sentido um certo arrasto, possivelmente por causa da caixa automática. Mas isso significa que não tens de andar a fazer pontos de embraiagem e eu, por muito que goste de caixas manuais, dou prioridade às automáticas. Especialmente quando estamos a falar de carros grandes e pesadotes para transportar muita gente. Ela que gira o esforço.
O consumo até não esteve mau. Sabemos que este motor é capaz de fazer consumos na ordem dos 5,2 litros aos 100 quilómetros num carro “normal”, e ter andado a fazer 6 é um bom prenúncio. Mais carregado e com um pouco mais de cidade é capaz de chegar aos 6,5/7. Ainda assim, é um bom consumo. Mas, atenção, se fizeres muitos quilómetros fora de cidade. Se vais fazer poucos, então vai para o 1.5 TSI a gasolina. Vais andar em torno dos 8 litros, mas compensa a todos os níveis.
O comportamento do carro é irrepreensível para um carro com este tamanho e o conforto também. Adorna pouco nas curvas, mas também não andei a testá-lo numa condução mais dinâmica, até porque não é a melhor maneira de transportar 7 pessoas.
Equipamento e preço
A ajudar ao conforto temos bons bancos e as jantes de 19 polegadas são o tamanho certo. Temos, ainda, bancos eléctricos ajustáveis com memória, 8 colunas de som, airbags para os joelhos e laterais em cortina, ar condicionado automático, os sistemas de segurança mais actuais, sensores de estacionamento e por aí fora. Um carro praticamente completo.
O preço de 51.000€ é o esperado. Eu diria, até, que está adequado. Os preços são a partir de 39 mil euros para a versão de entrada com o motor 1.5 turbo, a gasolina, com 150 cavalos. Esta versão SportLine só está disponível com o motor testado, o 2 litros a gasóleo.