A Alpine, o A110 e meio século de sucessos nos ralis
Quase 50 anos depois de ter conquistado o primeiro Campeonato do Mundo de Ralis, no já longínquo ano de 1973, a Alpine fecha o ano de 2022 com idêntico sentimento de vitória graças ao seu A110 R-GT, máquina que lhe garantiu, através do francês Raphaël Astier, a conquista da Taça FIA de R-GT. Uma verdadeira arma para as classificativas internacionais, o A110 R-GT é o resultado da ideia da Signatech-Alpine de desenvolver uma versão de ralis do mítico A110, no seguimento da concepção das bem-sucedidas versões Cup e GT4 que permitem a muitos pilotos amadores aplicar o brilhantismo dinâmico do A110 em ambiente de circuito.
O ano de 2022 confirmou aquela que foi uma boa decisão da Signatech-Alpine, uma vez que a dupla Cédric Robert / Matthieu Duval venceu, igualmente, todas as provas no percurso para o título do Campeonato de França de Ralis de 2 Rodas Motrizes, enquanto Raphaël Astier e o navegador Frédéric Vauclare, como acima referido, conquistaram a Taça FIA de R-GT, a principal competição internacional da categoria.
Esta é, assim, uma belíssima homenagem às conquistas do célebre A110 Berlinette nos grandes ralis mundiais das décadas de 1960 e 1970. O A110 do século XXI assumiu-se como uma excelente base para o desenvolvimento de uma versão de ralis, principalmente devido à rigidez e leveza do seu evoluído chassis em alumínio. Porém, para lidar com a exigência superior das classificativas dos ralis, foram implementadas alterações especiais tendo em consideração essa sua construção em alumínio, ao qual não podem ser soldados novos elementos.
No campo da electrónica, o A110 R-GT recebeu um sistema de controlo de tracção específico para melhor controlar a passagem da potência ao solo, uma tecnologia especialmente útil tratando-se de um automóvel de tracção traseira que muitas vezes rola sobre superfícies de pouca aderência. Também o sistema de ABS da Bosch foi especialmente desenvolvido para o ambiente da competição. Suspensão ajustável, travões Brembo e o obrigatório roll bar de segurança fazem parte da “receita” deste vitorioso A110 com mais de 300 cv.
Desta forma, os resultados alcançados este ano por Cédric Robert e por Raphaël Astier não só mostram todo o potencial do A110, como lhe permitem destacar-se como o verdadeiro e fiel sucessor do clássico Berlinette, o vencedor do Rali de Monte Carlo de 1973, a primeira etapa do então recém-criado Campeonato do Mundo de Ralis que a Alpine viria a garantir. Prestes a entrar em 2023, o que mais desejamos para este novo ano é que a bonita história da Alpine, um símbolo de valor incontornável para qualquer entusiasta dos automóveis, continue a ser escrita com novas vitórias!