Rolls-Royce ‘Phantom Rose’: Peculiar combinação de factores
Sustentabilidade, transição energética, em defesa do clima, em prol da natureza, etc. Estas são algumas das expressões que mais se têm ouvido e usado no passado recente, na tentativa (vã???) de ainda irmos a tempo de salvar o planeta Terra da pré-anunciada catástrofe que se diz decorrente das emissões de CO2 e demais partículas que, entre outros agentes provocadores, os automóveis com motores de combustão emitem.
E então o que dizer de um Rolls-Royce Phantom, um carrito de 5,8 metros de comprimento e que pesa cerca de 2 toneladas e meia (2.625 kg para ser mais preciso) e que está, naturalmente, dotado de um motorzito básico de 12 cilindros em V, com 6,75 litros e duplo turbocompressor (571 cv de potência e 900 Nm de binário), associado a uma caixa automática ZF de 8 velocidades! É um conjunto que – e eis-nos chegados ao cerne da questão – emite entre 341 e 356 g/km de CO2, anunciando um consumo médio na ordem dos 15 a 16 l/100 km. Pergunta para queijinho: este que vos trago hoje, será ambientalmente vistoso ou é apenas visualmente ambiental?!
Trata-se de uma encomenda especial que foi colocada à Rolls-Royce, para uma unidade Phantom (da actual 8ª geração do modelo) decorado com… flores! Mas não com umas flores quaisquer, pois como fonte de inspiração desta peculiar criação está o não menos conceituado “Rose Garden”, parte intrínseca dos jardins do denominado “Global Centre of Luxury Manufacturing Excellence,” em Goodwood, na sede da marca britânica (integrada no vasto portfólio da BMW), único local no mundo onde é criada a espécie ‘Phantom Rose’ desta multifacetada flor, apreciada por muitos e parte de tantas histórias de amor e tragédia!
A ideia partiu do magnata libanês Ayad Al Saffar, proprietário da cadeia de relojoaria de luxo sueca Ur & Penn, ele que tem uma extraordinária paixão por flores, sendo que duas das suas filhas têm nomes de flores: uma é Magnolia, a outra não descobri, mas qualquer coisa me diz que deve ser… Rose!
Avancemos…! O cliente desafiou a Rolls-Royce Bespoke Collective, vertente da marca para estas encomendas muito especiais e exclusivas, a conceber-lhe uma “obra de arte” que mergulhasse os seus ocupantes num sedutor ambiente floral, proposta cujo resultado final se traduz neste Rolls-Royce ‘Rose Phantom’. Trata-se de um santuário automóvel onde impera o habitual ambiente hyperpremium luxuoso, com o requinte e materiais habitualmente usados at the Home of Rolls-Royce, conjugado com a componente de natureza pretendida.
Uma vez abertas as portas deste ‘Rose Phantom’ único, que exteriormente exibe um suave tom ‘Peacock Blue’, saltam à vista vários milhares de pontos de cruz, representando centenas de pequenos detalhes florais, num processo integralmente concebido à mão e a preceito por especialistas da agulha e do dedal. Representado nas portas, tablier e, principalmente no imponente tejadilho, a composição assimétrica conjuga os diferentes passos de maturidade deste raríssimo exemplar, do momento em que ainda se encontra em botão até outras recriações já completamente abertas, respectivos ornamentos e detalhes complementares. A cor exterior é extensível às costuras dos estofos em pele, estes num ainda mais sóbrio tom ‘Charles Blue’, maioritário no habitáculo, estendendo-se, por sua vez, a pequenos detalhes exteriores, nomeadamente nas vistosas jantes de 21 polegadas. O conjunto é complementado por borboletas ‘Peacock Blue’ e ‘Adonis Red’, num pedido expresso do patrono.
Claro que o preço final de tal obra de arte sobre rodas ficou no segredo dos deuses – leia-se do seu dono e da marca – mas tenha, desde já, em conta que a versão base do Rolls-Royce Phantom tem um preço referencial recomendado de 360.000 libras esterlinas, ou seja, cerca de 424.000 euros ao câmbio de hoje e, claro está, antes da aplicação dos impostos cá do burgo… Por isso, se tiver com ideias, vá juntando uns quantos trocos, para que um dia possa – quem sabe!!! – fazer a sua própria encomenda exclusiva à Rolls-Royce Bespoke Collective.
