Ensaio Sprint: Audi A5 Cabrio 40 TDI S Line
Começo com um comentário que nada tem de informativo ou esclarecedor, mas tenho de o dizer: O A5 é o Audi mais bonito dos últimos 20 anos. Mas embora tenha plena confiança e certeza nesta minha afirmação, abordei este ensaio com uma dúvida que esperava ter esclarecida quando chegasse o dia de escrever este texto. E esclareci, antes até.
Seja de que ângulo for, e mesmo que não partilhem da mesma opinião que acima partilhei, o A5 é um automóvel esteticamente bem conseguido, elegante, mas igualmente dinâmico, robusto e com grande presença, mas também com uma boa dose de classe, neste caso em particular ampliada pelo glamour e liberdade de uma capota de lona que dele permite desfrutar a céu aberto.
A bordo, sente-se que o A5 é já um projeto nascido numa outra era, uma menos digital, é certo, mas de inquestionável qualidade. Agrada-me o design, a qualidade dos materiais, a solidez de construção e, principalmente, o facto de não prescindir de botões. A consola dedicada à climatização é um exemplo perfeito de design funcional. Para muitos, antiquado. Para mim, melhor.
Cuidado com a cabeça
Os passageiros de trás não dispõem de muito espaço livre, mas para os passeios à beira-mar chega e sobra. A abertura elétrica da capota é rápida, mas curiosamente é aconselhável avisar quem lá estiver sentado atrás, pois o rebatimento acaba por ser um pouco intrusivo ao seu espaço. Noutra importante avaliação da capota, destaque para o bom isolamento acústico, mesmo a velocidades elevadas. A bagageira, como é fácil adivinhar, não é enorme, mas para um fim de semana a dois oferece espaço mais do que suficiente para um par de malas de viagem.
Ao volante, agradou-me não só a excelente posição de condução, bem como um acerto de suspensão correto, com um amortecimento a pender para o lado firme, sim, mas capaz de lhe dar a suavidade de rolamento que se procura num descapotável, mas também à altura do controlo e comportamento dinâmico que se espera de um automóvel do segmento premium. Tratando-se de um A5 Cabrio, são notórias ligeiras vibrações estruturais ao passar sobre piso degradado, mas nada que comprometa as boas sensações sentidas.
Um A5 para toda a semana
O motor 2.0 TDI com 204 cavalos é um colosso de força, com uma vigorosa disponibilidade desde os baixos regimes que facilmente coloca os Dunlop 265/30 R20 sob pressão, provocando perdas de motricidade nas acelerações bruscas em relações baixas. Sempre cheio e quase sempre refinado, muitos dirão que ao A5 Cabrio assenta melhor um mais nobre motor a gasolina. Quem sou eu para discordar, mas quem sou eu para negar os argumentos de um bom TDI eletrificado como este, que em combinação com a transmissão S tronic – com patilhas e função coasting – foi capaz de um consumo médio de 6,4 lt/100 km, mesmo com alguns exageros pelo meio.
Terminei o ensaio com uma nova certeza e, como comecei por dizer, com uma dúvida esclarecida. Por um lado, agradou-me encontrar no A5 tudo aquilo que se procura num descapotável para o fim de semana, com a garantia de que este pode ser igualmente utilizado de segunda a sexta-feira com o refinamento, conforto e qualidade a que a Audi sempre nos habituou. Porém, por outro, não tenho agora quaisquer dúvidas de que o Audi mais bonito dos últimos 20 anos é mesmo o A5 Coupé. É ainda mais bonito do que este Cabrio.