Ensaio Sprint: Peugeot 408 GT Plug-In Hybrid 180
Fiz com o novo e irreverente 408 o mesmo que fiz com o seu irmão 308. Estreei-me a bordo da versão mais potente da motorização híbrida plug-in, com 225 cavalos, e marquei um segundo ensaio para tomar contato com a sua variante menos potente, com 180 cavalos.
Começando pelo que mais importa, as diferenças mecânicas, estas centram-se, efetivamente, no motor térmico, o “mesmo” quatro cilindros 1.6 litros sobrealimentado, mas que aqui surge na sua configuração de 150 cavalos, com menos 30 cavalos do que no 408 Hybrid 225, cujo ensaio podes ler aqui. O binário mantém-se inalterado, com 250 Nm disponíveis logo às 1750 rpm. O motor elétrico, integrado na caixa de velocidades, é igual, entregando 110 cavalos de potência e 320 Nm de binário.
Em termos de performance, as diferenças são apenas mais notórias nos regimes mais elevados, onde o motor elétrico tem já uma menor influência no andamento do 408. Com uma velocidade máxima de 225 km/h e uma aceleração de 0 a 100 km/h em 8,1 segundos, a versão de 180 cavalos fica ligeiramente aquém dos 233 km/h e 7,8 segundos conseguidos pela mais potente de 225 cavalos. Ao volante, é preciso estar a praticar uma condução particularmente empenhada – ou ilegal – para que as diferenças em desempenho se façam notar.
Autonomia elétrica real superior a 50 quilómetros
A bateria tem uma capacidade de 12,4 kWh em ambas as variantes e também isso explica a autonomia elétrica aproximada em ambos os ensaios, facilmente acima da fasquia dos 50 quilómetros. A imediata disponibilidade do motor elétrico, mesmo em modo híbrido, quando o 408 gere a regeneração e utilização de energia elétrica, dá um grande contributo para a agradabilidade de utilização do fastback da Peugeot. A média de consumo neste ensaio, em modo híbrido e em circuito combinado, foi de 7,5 l/100 km.
No que à estética diz respeito e num mercado minado de propostas SUV, muitas delas demasiado idênticas entre si, o Peugeot 408 vem contribuir para aquela que pode ser a nova tendência, a de carroçarias fastback, mais dinâmicas, que ainda assim não dispensam uma postura ligeiramente mais elevada perante a estrada. Esta nova abordagem, aliada a uma linguagem de design já muito elogiada no sector, faz do novo 408 um dos modelos com mais personalidade do momento.
Peugeot 408 GT Plug-In Hybrid 180 desde 47.200 euros
O habitáculo, partilhando estilo e equipamento com modelos como a nova geração do 308, é igualmente um ótimo sítio para se estar. A mais recente geração do i-cockpit da Peugeot é um dos destaques de um ambiente interior de visual arrojado onde a qualidade dos materiais é igualmente um dos pontos altos. O espaço oferecido ao nível das pernas no banco traseiro impressiona e faz do 408 um bom estradista, avaliação onde o curto depósito de combustível de 40 litros dá um contributo menos bom.
Uma diferença de “apenas” 1500 euros – considerando o nível de equipamento GT – entre as versões de 180 e 225 cavalos parece ser algo fácil de aceitar considerando a potência adicional e o facto do 408 se posicionar num patamar de preço ligeiramente inferior aos 50 mil euros. Por outro lado, conduzindo o 408 a ritmo normal e responsável, as diferenças diluem-se na resposta imediata dos propulsores e nas elevadas capacidades dinâmicas partilhadas por ambos os 408. Aceito que 1500 euros seja um valor justo pedido pela Peugeot, mas percebo perfeitamente quem não os pague e opte por ter 180 cavalos no seu 408 em vez de 225.