Hyundai Kauai HEV – Mais crescido, a todos os níveis
O meu primeiro contato com o novo Hyundai Kauai, aquando da sua apresentação nacional, foi, obviamente, curto. Mas apesar da brevidade do tempo que passei na sua companhia, cheguei a algumas conclusões que tentei, neste reencontro, comprovar com mais quilómetros acumulados em estrada.
Começo pelo comentário habitual – e, também, sempre subjetivo – ao design. É verdade que tanto arrojo pode ser, para alguns, demasiado, mas algo que o Kauai sempre foi e continua a ser é original e diferente, destacando-se no seu segmento. Um daqueles modelos que se adora ou se detesta, mas ao qual é impossível ficar indiferente.
A bordo, mais espaço
O Kauai está diferente e está, também, maior em todas as direções. É impossível não reparar na maior presença e músculo. Mais despercebidos passam os 60 milímetros adicionais de distância entre eixos relativamente à geração anterior. Isto antes de acedermos ao banco traseiro, claro, onde o espaço disponível é agora bastante maior, quer para as pernas, quer para a cabeça.
O lugar do meio oferece apenas o espaço e o conforto mínimos para uma utilização pontual, mas este maior Kauai parece superar a concorrência, ainda que ligeiramente, nesse malabarismo de colocar três passageiros no banco de trás. A acessibilidade é muito boa e a bagageira convence quer pelo volume, quer pelo duplo fundo que esconde muito espaço de carga. Infelizmente, nesta unidade, por ali não estava um pneu suplente.
Digital, sim, mas com botões
Passando aos lugares da frente, poder-se-á estranhar a adoção quase integral de plásticos rijos para o tablier e forros das portas, mas tudo parece bem montado, com o rigor que se espera de um produto que subiu em termos de posicionamento no seu segmento. O design interior não é tão arrojado como o da carroçaria, mas é inegável a modernidade transmitida pela já essencial digitalização dos instrumentos e equipamento de conforto.
Ainda assim, a Hyundai decidiu, e bem, manter botões físicos para controlar, por exemplo, as funções de climatização e outros que servem de atalho para os menus do sistema de infotainment. Neste aspeto, a Hyundai continua a ser das marcas que melhores sistemas de infotainment propõe, com design claro e funcionamento intuitivo. Soluções de carregamento e espaços práticos de arrumação não faltam.
Médias sempre baixas
Passando à condução, e depois de um primeiro breve contato com a motorização 1.0 T-GDi, voltei ao Kauai na sua versão híbrida, claramente mais indicada para o dia a dia na cidade do que a variante com motor a gasolina de 120 cavalos que testei no dia da apresentação nacional e que me continua a parecer algo guloso por gasolina.
Ao volante, impera uma agradável sensação de facilidade de utilização, com o sistema híbrido a gerir a geração e utilização de energia elétrica e a brindar-nos, quase sempre, com médias baixas. A intensidade da regeneração de energia pode ser controlada segundo quatro níveis, desde completamente desligada até a um patamar que quase permite conduzir o Kauai sem usar o pedal de travão. No final deste teste, o Kauai foi embora com uma média de 4,4 l/100 km, valor que atesta a sua eficiência.
Maior por fora e mais espaçoso por dentro, o Kauai está igualmente mais crescido em termos de postura, na forma como pisa a estrada e a absorve. O incremento em refinamento e conforto ao rolar é notório e só mesmo sobre piso muito degradado o amortecimento começa a perder eficácia. Comparativamente à geração anterior, o Kauai continua a revelar um comportamento muito são, mas pareceu-me, em determinados momentos, menos orientado para o condutor, menos divertido e ágil.
Kauai HEV desde 36.500 euros
A personalidade Kauai continua bem presente no estilo irreverente e futurista, mas a segunda geração do Hyundai que mais vende em Portugal está bem diferente. Está maior e com mais presença, oferece mais espaço e versatilidade e assume um novo posicionamento no segmento, algo que também é notório na condução, trocando alguma da agilidade que lhe era reconhecida por um superior nível de conforto.
A facilidade de condução e os baixos consumos desta motorização híbrida são argumentos indiscutíveis de uma proposta apontada às pequenas famílias e à vida diária na cidade. Se é verdade que o pequeno motor a gasolina 1.0 T-GDi chega e sobra para o encorpado Kauai, é inegável a vantagem destes 141 cavalos híbridos em ambiente citadino e, até mesmo, em circuito combinado. Boa evolução, Hyundai.