Ensaio Sprint: DS 3 1.2 PureTech 130 Opera
A DS chama lhe Novo, e são várias as novidades, sim, mas felizmente, pelo menos para mim, o DS 3 não está assim tão diferente. Perdeu o Crossback, é verdade, mas continua a apostar numa imagem distinta e elegante que, goste-se ou não, não há nenhum outro modelo do segmento que o consiga sequer imitar. Visualmente, foi retocado na grelha, nos faróis, nas jantes e em mais alguns detalhes exteriores, mas a personalidade de sempre está lá toda.
O mesmo elogio posso fazer ao interior, pois o habitáculo continua tão acolhedor como me lembro do primeiro ensaio que fiz e com uma escolha de materiais convincente, em linha com a abordagem premium da DS. Claro que também usa plásticos menos nobres nas zonas inferiores, mas a sensação global de qualidade e conforto é inegável. Neste aspeto, um dos grandes destaques são os bancos dianteiros, muito confortáveis, envolventes e, no caso do condutor, um elemento essencial para a ótima posição de condução.
Também o design interior respira originalidade, com detalhes estéticos a misturarem-se com as diferentes texturas para criar um ambiente moderno, mas ao mesmo tempo pleno de classe. O estilo foi claramente a prioridade, em detrimento da ergonomia – botões e comandos algo dispersos na original apresentação do tablier e consola central – mas nada que alguns dias na companhia do DS 3 não resolva, habituando-nos rapidamente à sua personalidade diferente.
Para quem viajar no banco de trás, as notícias não são tão boas. As portas são pequenas, dificultando a acessibilidade, as janelas abrem pouco e o espaço disponível não se pode apelidar de abundante. É caso para dizer que chega, mas não sobra, havendo no segmento, pelo menos no não premium, propostas bem mais espaçosas e práticas. A bagageira compensa, com bom volume, mas falta uma pega mais eficaz na porta da mala.
O motor 1.2 turbo de 130 cavalos a gasolina é um já um velho conhecido. Casa muito bem com a abordagem relaxante do DS 3 à condução, com potência adequada e uma boa disponibilidade, bem explorada pela caixa automática de 8 velocidades. Os consumos não são os mais baixos do segmento dos crossovers de segmento B, mas os 7,5 lt/100 km também não mancham o bom desempenho do mais pequeno dos DS. Modos de condução são seis: Normal, Sport, Eco, Areia, Lama e Neve.
O maior elogio que posso fazer ao DS 3 é, sem dúvida, o conforto geral que oferece, não só pelo requinte do interior e conforto dos bancos, mas também pela afinação da suspensão, assumidamente orientada para aquilo que mais importa numa proposta como esta, um conforto de rolamento elevado, capaz de nos isolar das irregularidades sobre as quais conduzimos no dia a dia.
Pode não ser a proposta mais espaçosa e versátil para uma família pequena, mas é difícil resistir à sua abordagem relaxante e elegante. O maior defeito do DS 3, apesar da qualidade dos materiais e da extensa lista de equipamento deste topo de gama Opera é, sem dúvida alguma, o preço, com a DS a propô-lo a partir de 41.475 euros.