Ensaio Sprint: Ford Puma ST Powershift
Poder dizer que já perdi a conta ao número de Ford Puma que já conduzi é algo bom, garanto-vos. E quem já o conduziu, nem que tenha sido uma única vez, perceberá, facilmente, o porquê do que afirmo. Isto se gostar de conduzir automóveis concebidos com as sensações ao volante em mente. O Puma é, como já o disse também inúmeras vezes, o melhor crossover de segmento B do ponto de vista da avaliação dinâmica. Tem outras qualidades e argumentos e tem, também, aspetos em que a concorrência o bate, mas se é isso que te interessa saber, então este ensaio ser-te-á pouco útil. Experimenta este.
Dono de um chassis – perdoem-me o potencial exagero – absolutamente brilhante, este Puma ST é tremendamente divertido de conduzir. Um convite constante a entrar em curva mais depressa do que o aconselhável, mas com a confiança de que dela vamos sair intactos, sem sustos, e com um enorme sorriso na cara. A excelência do trabalho efetuado pela Ford Performance ao nível do chassis já não era para mim uma novidade, mas não há como não voltar a ficar impressionado pela viciante combinação de estabilidade e segurança ao andar depressa com a enorme agilidade com que é possível apontar as rodas da frente e liberdade que é possível dar às de trás.
Novidade absoluta no Puma com sigla ST é o que se esconde debaixo do capot. O motor 1.5 Ecoboost de 200 cavalos e a caixa manual de 6 velocidades deram lugar ao mais pequeno 1.0 Ecoboost – aqui com 160 cavalos (170 cavalos em overboost) e tecnologia mild hybrid – e a uma transmissão automática Powershift de 7 velocidades com patilhas no volante. O cerco aperta ao motor de combustão e às emissões dos propulsores maiores e mais potentes e a versão mais pequena do motor de três cilindros eletrificado da Ford foi chamado a intervir para manter acesa a chama no Puma ST. E a verdade é que, sendo óbvias as diferenças na disponibilidade e poder de aceleração, a potência é mais do que suficiente para explorar as muitas capacidades dinâmicas deste Puma Azura Blue, bem como para nos meter em problemas se não resistirmos à constante tentação de curvarmos em três rodas.
Também a caixa automática se mostrou à altura das expectativas, com passagens suaves a ritmo tranquilo, mas rápidas e decididas se selecionado um dos modos de condução desportivos. O Puma ST perdeu, no entanto, o autoblocante que tanta eficácia e contributo dava para a experiência, mas com menos binário e potência para passar ao asfalto, a verdade é que a muita borracha disponível – Continental Sport Contact 7 em 225/40 R19 – faz um trabalho muito bom em controlar as perdas de tração à saída em aceleração das curvas mais pronunciadas. Menos potente e, assim, menos rápido, é verdade, mas considerando as limitações a que estamos submetidos no dia a dia, este Puma ST tem potência e rapidez mais do que suficientes, mantendo-se imbatível no seu segmento nas sensações que transmite e na relação sorrisos por quilómetro que proporciona.