Mercedes-Benz EQC ft. ‘The Weeknd’
Decerto já reparou que aqui na ‘Garagem’ andamos muito num mood bastante clássico. Ele é o teste ao saudoso Renault 5 GT Turbo, os multimilionários leilões que se fazem por esse mundo fora e até os melhores Porsche de rali. É o que se pode chamar de uma espécie de saudosismo do que foi, em tempos, realmente bom, ou então do que, de alguma forma, ainda fez ou faz parte das nossas vidas.
Vem isto a propósito do recente sucesso musical “Blinding Lights”, da autoria de ‘The Weeknd’, multifacetado cantor/autor/produtor musical canadiano, que tem lá em casa uma vitrina bem recheada de troféus, entre eles três Grammy, oito Billboard Music Awards, dois American Music Awards, nove Juno Awards e ainda uma nomeação para Óscar da Academia, de 2016.
No novo videoclip, o personagem que ali encarna conduz, como se não houvesse amanhã, o que parece ser um Mercedes-AMG GT R Convertible, atirando-o para os cruzamentos e elevando as rotações e a sonoridade nas rectas da Las Vegas Stip, da “Sin City” norte-americana! Pode ver-se esse videoclip aqui.
Mas nem é tanto esse vídeo o tema central desta nova peça mas sim um outro, o que resulta da associação do músico, cujo nome original é um quase desconhecido Abel Makkonen Tesfaye à Mercedes-Benz. Acontece no âmbito da campanha internacional “Enjoy Electric” da marca alemã, sublinhando-se o lançamento no novo EQC, o seu SUV 100% eléctrico, apresentando-se o autor da batida electropop simultaneamente como Director Criativo e personagem do dito. Com a nova melodia como background sonoro, faz-se aqui uma viagem no tempo, numa história de 133 anos aqui forçosamente resumida em pouco mais de 2 minutos. Começa a ser contada a bordo de um Benz Patent Motorwagen de 1886, aquele que é considerado o primeiro automóvel de sempre – melhor ainda, o primeiro verdadeiro veículo com um motor de combustão, da autoria de Karl Benz – até se chegar ao novo Mercedes-Benz EQC, agora lançado.
Então e o EQC, o que é?
Bom, primeiro é um Mercedes-Benz; depois é um SUV… pois, só podia; mas também é – e aqui está o verdadeiro busílis da questão – o primeiro modelo 100% eléctrico da marca alemã sob o novo branding tecnológico ‘EQ’, ecossistema de mobilidade eléctrica para os seus produtos e serviços, simbolizando o início de uma nova era de mobilidade no seio do Grupo Daimler, de que a mesma faz parte.
Adoptando a nova assinatura de design “Progressive Luxury”, sendo, por isso naturalmente, um espelho do que melhor se faz na casa germânica, o Mercedes-Benz EQC é por cá proposto, desde finais de Outubro, por 79.150 euros – um preciosismo: é menos 1 cêntimo, conforme se refere no configurador da marca – numa única variante EQC 400 4MATIC.
Conta com dois motores eléctricos, um sobre cada eixo, para uma potência combinada de 300 kW (408 cv) e um binário de 760 Nm, fornecendo-se energia via um pack de baterias de iões de lítio de 80 kWh, conjunto que lhe garante uma autonomia aproximada de 417 km e um consumo energético de 22,2 kWh/100 km (valores WLTP, em ciclo combinado). Nos seus pergaminhos constam ainda uma velocidade máxima limitada electronicamente de 180 km/h e os 5,1 segundos da aceleração até aos 100 km/h.
Em termos de cargas, para uma autonomia de 100 km, o EQC pode fazê-lo numa estação pública DC (tensão de alimentação 400 V, corrente 300 A) em cerca de 10 minutos, período que aumenta para 2 horas e 56 minutos se a estação for AC com tensão 400 V e corrente 16 A (2 fases). Podendo instalar uma WallBox em casa, a coisa faz-se em pouco menos de 2 horas e meia, mas se usar uma tomada doméstica precisará de um bocadinho mais… 11 horas e 12 minutos. Para um carregamento a 80% os períodos passam, conforme os 4 casos acima, para 40 minutos, 9h50m, 8h48m e 38h16m; já para ter o EQ a 100% são necessários 82 minutos, 12h13m, 10h56m e umas loooooooooooooongas 46h40 (quase 2 dias), respectivamente!
Havendo garagem (local) para a instalar, aconselha-se, por isso, a apostar no investimento numa WallBox, num dispêndio adicional na ordem dos 1.000 euros! Na rede pública, terá de ter a sorte de ter um número de vizinhos electrificados inversamente proporcional ao número de carregadores da sua área de residência!
Aqui na minha zona a oferta ainda é curta, muito curta, pelo que, por enquanto fico-me pela prosa!