Mazda 2. A diferença que um sistema mild hybrid faz
O restyling do Mazda 2 trouxe argumentos reforçados ao nível da tecnologia, mas principalmente a inclusão de um sistema mild hybrid e, diga-se, ainda bem!
Tive o prazer de ter o Mazda 2 como o meu primeiro companheiro de estrada depois do estado de emergência e as boas impressões começaram desde a chegada ao ponto de recolha. Foi uma questão de alívio, mas também de segurança, ao ver o autocolante azul da Mazda a assegurar-me que o seu citadino estava devidamente higienizado, uma medida necessária para combater a pandemia que ainda está bem presente em Portugal. Posso dizer que o ensaio começou logo bem, mas acredita que ainda ficou melhor.
Ao dar uma vista de olhos pelo exterior, percebi que as alterações estéticas foram mínimas, contudo, bem aplicadas. Como se isso não bastasse, este tem a cor “Vermelho Soul Crystal” que é, para mim, uma das mais bonitas do mercado. Ao abrir a porta, mantém o desenho já conhecido do modelo pré-restyling, porém, com melhores acabamentos face ao antecessor, carro que tive a possibilidade de testar anteriormente.
Um dos detalhes que tinha curiosidade de experimentar era o reforço tecnológico onde se engloba a inclusão de Apple CarPlay e Android Auto. Ao ligar o cabo do meu smartphone na entrada situada por baixo dos manípulos do ar condicionado, foi com grande felicidade que percebi que os sistemas estão intuitivos e rápidos. Confesso que já passei algumas dificuldades em “conectar-me” com carros que custam cerca de seis vezes mais do que este Mazda 2. Ou seja, um ponto a favor para o citadino, principalmente junto dos mais jovens, o tipo de público que procura este tipo de carro. Relativamente ao espaço, mantém o habitáculo compacto, talvez o ponto menos bom quando comparado com os rivais de segmento B.
Ainda assim, o principal destaque desta renovação é a inclusão de um sistema mild hybrid associado ao bloco 1.5 Skyactiv-G na variante com 90 cavalos e 148 Nm de binário. Esta solução significa que temos um alternador/gerador que permite um funcionamento mais suave do sistema start/stop, bem como nas passagens de caixa, sem esquecer a ajuda nos consumos e emissões. Começando pelo fim, o Mazda 2 permite uma condução normal de dia-a-dia sem ultrapassar a barreira dos 6 litros/100 km. Aliás, terminei o ensaio com uma média de 5,5 litros aos 100 km, apenas 0,2 lt a mais face ao anunciado pela marca.
A resposta ao acelerador é aceitável para a potência disponível e, numa condução mais dinâmica, a subida de rotação é linear e bem assistida pela caixa manual de seis velocidades com um tacto típico da Mazda, que é como quem diz, agradável e preciso. Senti também uma melhoria face ao antecessor relativamente ao amortecimento. Está melhor e permite viagens mais confortáveis em pisos mais irregulares ou mesmo em autoestrada. Por falar em autoestrada, se formos em sexta velocidade dentro dos limites de velocidade e nos depararmos com uma subida, provavelmente temos de recorrer à caixa para manter o andamento. Ainda dentro do habitáculo, é importante referir uma insonorização bem conseguida e agradável para um carro deste segmento.
Em suma, o Mazda 2 evoluiu no bom sentido e sentimo-nos num carro mais robusto. A inclusão do sistema mild hybrid é uma aposta que, na minha opinião, faz todo o sentido, enquanto o reforço tecnológico é um bom incentivo para a malta mais jovem. De referir que esta é a versão Advance Navi que custa 20 534 €. A este valor, acrescem os 700 € da cor Vermelho Soul Crystal, ou seja, no total, a versão ensaiada tem o preço de 21 234 €.
Fotos: Automotiva