Honda HR-V, o SUV subestimado
O Honda HR-V é um daqueles carros que apresenta soluções práticas de grande potencial, mas que teima em não vingar em solo português. Será subestimado, ou a ausência de uma alternativa Diesel torna-o num modelo “esquecido”?
O Honda HR-V é um daqueles SUV que parece que os portugueses se esquecem de ver quando querem um SUV de segmento B, muito por culpa da elevada oferta com vários modelos à escolha. Mas porquê? Neste ensaio fiquei a perceber que o HR-V tem argumentos mais do que suficientes para ser uma opção válida, mais ainda do que outros modelos que são mais vendidos do que este HR-V em Portugal. Foi então que percebi que este dado pode estar associado ao visual um pouco “fora da caixa” relativamente aos concorrentes e que das duas uma: ou se adora, ou se detesta. Neste ponto, destaco as opcionais jantes de 18 polegadas que, a meu ver, têm o desenho certo para este SUV. Já a dimensão podia ser ligeiramente inferior, algo que beneficiaria ainda mais o conforto.
Soluções práticas para todos os gostos
Ao abrir a porta é que vemos realmente o potencial deste Honda HR-V, principalmente em questões práticas. Lembra-se do ensaio que fizemos ao Honda Jazz? Este SUV também tem os espectaculares bancos traseiros “mágicos” que permitem arrumar todo o tipo de coisas ao levantar a sua parte inferior em direção às costas. Uma solução para quando os 393 litros de bagageira (volume extensível para os 470 litros quando contabilizado o espaço por baixo do fundo plano) estão cheios.
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Tratando-se da variante Executive Connect Navi, a mais recheada do modelo, não faltam regalias no interior. Em primeiro lugar, os bancos em pele, ventilados, bem como as cada vez mais comuns soluções de conectividade ao smartphone. Porém, no ecrã central, a Honda decidiu recorrer a botões hápticos que, em andamento, se tornam difíceis de utilizar como é o caso do volume. Mais em baixo, a opção mantém-se nos controlos de ar condicionado o que dificulta a açcão, não só ao condutor, como ao passageiro. Já o sistema de infotainment tem um visual, na minha opinião, pouco apelativo. Este é um daqueles equipamentos que tem cada vez mais importância no mercado actual, principalmente nos SUV deste segmento.
Relativamente ao motor, a unidade ensaiada está equipada com o 1.5 i-VTEC atmosférico de 130 cavalos, a configuração de acesso à gama. Se ao ralenti este bloco é extremamente silencioso, é quando se passa um pouco das 4000 rpm que parece ganhar outra vida, não só em volume, como também em andamento. Isto porque, sendo um motor atmosférico “à antiga”, é necessário subir a rotação para conseguir atingir um andamento convincente e, em várias ocasiões, é necessário recorrer à caixa manual de seis velocidades para conseguir puxar um pouco mais pelo SUV. Isto ajuda os consumos a subir para valores superiores a 7 litros em autoestrada ou voltas urbanas.
Já em condução, o Honda HR-V revela-se um SUV de utilização agradável. Sentados numa posição elevada, típica dos SUV, os bancos são confortáveis e garantem um bom apoio em curva. Nesta actualização, o HR-V garante um bom nível de conforto mesmo com as jantes de 18 polegadas, mas sem prejudicar em demasia o carácter dinâmico.
Com alternativa Diesel teria mais procura?
Em suma, o Honda HR-V está ligeiramente mais apelativo com esta actualização, mas a perda do bloco Diesel 1.6 i-DTEC é quase um soco no estômago. A meu ver, era a solução ideal para este SUV poder ter mais alguma expressão no mercado português. É pena ser um SUV esquecido, porque apresenta soluções práticas de enorme potencial para um carro focado na família. Este Honda HR-V 1.5 i-VTEC Executive Connect Navi tem preço fixado nos 31 392 €.