KIA E-Niro. Eléctrico, familiar e dinâmico… q.b.
Testámos o KIA E-Niro, a solução eléctrica da marca sul-coreana para as pessoas que querem um eléctrico com muita autonomia mas não prescindem do look crossover.
O KIA Niro já cá anda há uns quatro anos. Quando apareceu, o design deste crossover familiar compacto não deixou ninguém indiferente. Talvez por ser mais “normal”, numa altura em que era tudo SUV para cá e SUV para lá, e por apresentar uma motorização mais ecológica, imagino. É um híbrido, com um motor térmico de 1.6 litros com pouco mais de 100 cavalos acoplado a um eléctrico cuja potência combinada dá 141 cavalos. Não é muito, é verdade, mas é o suficiente para conseguir um consumo anunciado de 4,8 litros por cada 100 quilómetros e níveis de emissões poluentes menores. A receita parece ter funcionado porque não só mantiveram a opção híbrida como lançaram a versão híbrida recarregável, com o mesmo motor mas a possibilidade de circular em modo totalmente eléctrico durante cerca de 50 quilómetros e, depois, a versão totalmente eléctrica, que foi a que testámos.
Bom familiar com design interessante
É assim, também não vou dizer que é o melhor familiar de todos (até porque não andei com todos). Isso depende do que entendes por um bom carro familiar. Neste KIA E-Niro cabem quatro pessoas – ou cinco, se a viagem não se prolongar muito – com bastante conforto e espaço suficiente para longas viagens e tem uma bagageira que, apesar de não ser grande, não desilude. 451 litros chegam para a quase totalidade das necessidades e também para as viagens, a não ser que queiras lá meter os miúdos quando se portam mal. Não o faças! Primeiro, porque não cabem; segundo, porque é errado.
Quanto ao design, gosto bastante, especialmente a frente e os 3/4, sendo que a traseira está a precisar de um restyle… desde que foi feita. Percebo onde queriam ir mas, na minha opinião, falta-lhe presença. É muito rectangular e espalmada, sabes? Falta ali um pouco de fluidez, como fizeram na frente. Não borra a pintura, nada disso! Só destoa do resto. Pode ser que daqui a uns tempos tratem disso.
A posição de condução é daquelas que vai agradar à maioria das pessoas – especialmente àquelas que gostam de SUV porque ficam mais altas – porque é alta. A mim não me convence porque gosto de me sentar mais abaixo e de sentir que estou “aninhado” pelo habitáculo, mas percebo que se goste de estar ali ao alto, quase como que num trono. Tem-se uma percepção mais ampla do que está à frente e à volta.
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Quanto ao motor eléctrico, tens disponíveis 204 cavalos e 395 Nm de binário, mais que suficientes para lançar o E-Niro para a frente dos carros todos se for preciso. Responde muito rápido para um carro que, só a bateria, pesa 457 quilos. É como se levasses um boi no carro! E para um carro que carrega um boi, mexe-se muitíssimo bem. Até nas curvas, já que a posição muito baixa das baterias faz com que o centro de gravidade esteja também muito em baixo, o que o ajuda a plantar o carro nas curvas e a distribuir o peso. Não é um carro para curvar, como é óbvio, mas não se deixa intimidar. As barras estabilizadoras ajudam a manter o chassis no sítio.
Apesar de atingir, apenas, 167 km/h – é p’a poupar – acelera em menos de 8 segundos até aos 100 à hora. Isto tudo com uma autonomia de cerca de 455 quilómetros anunciados, embora a coisa esteja mais aproximada dos 400/410. Ainda assim, nada mau!
Fotos: Garagem