Novo Toyota Yaris Híbrido: é Darwin a funcionar
A nova versão do best seller Toyota Yaris Hybrid está melhor. Aliás, muito melhor. Evoluiu em todos os aspectos e o que já era bom ficou melhor. Tivémos a oportunidade de o testar e este é o nosso veredicto.
Selecção natural
Começamos pelo que se manteve: o motor. Melhor, o consumo. O motor, apesar de ter os mesmos 1.5 litros auxiliado por um motor eléctrico, é novo, perdeu um cilindro e aumentou a potência de 100 para os 116 cavalos. Não é o suficiente para lhe dar muita genica, mas consegue torná-lo um nadinha mais espevitado. A caixa continua a CVT, o que não lhe permite muita interacção, mas permite que o consumo se mantenha o benchmark do segmento para a tecnologia híbrida. Anunciado é 3,8 ou 3,9 litros aos 100 km (dependendo do nível de equipamento) e neste ensaio conseguimos uma média de 4,4 sem qualquer preocupação. Foi só rolar com ele e deixar que o computador decidisse o melhor a fazer. Com um pequeno esforço a coisa ia para os 4-4,2, acredito.
Lembro-me que na apresentação nacional da geração anterior, num circuito de 10 minutos pela cidade de Braga consegui uma média de 3,3 litros/100 km. Esta nova geração promete uma utilização 80% do tempo em modo eléctrico. Não sei se o valor é esse, mas notei que andava grande parte do tempo em EV mode.
O que muda
E para melhor, é o design. Mas uma melhoria daquelas de encher o olho. O anterior era só mais um carro, vá. A tecnologia híbrida era – e continua a ser – óptima, mas o design deixava a desejar. Desta vez, o design “acelerou o passo” e apanhou o resto da equipa. Um exterior muito mais musculado mas proporcional, linhas que dão vontade de olhar e voltar a olhar, e um interior que está moderno sem ser demasiado futurista. O que é que isto quer dizer? Não sei bem, mas é que me vem à cabeça e faz-me sentido.
Ainda no interior, o conforto é – não sei se de propósito ou não – o ponto forte. Talvez tenha o rabiosque e a altura certa para os bancos e para o volante, mas a posição de condução e os bancos são muito bons. Se pudéssemos ajustar a inclinação do banco ao milímetro era perfeito. Temos a tradicional alavanca que permite reclinar totalmente o banco em menos de um segundo – dá jeito para algumas coisas, é verdade – mas não permite aqueles milímetros finais de ajustamento. Ainda assim, é muito bom. A qualidade de construção é boa, sem espantar, e os materiais podiam ser um pouco melhores. O “forro” a imitar tecido nas portas é curioso. Dei por mim a dar-lhe mais atenção do que achava que ia dar.
A conduzir
Aqui o veredito mantém-se. O carro rola bem e é suave na condução. A suspensão é o esperado para um carro deste segmento, não espanta mas é competente, e a direcção é boa e responde bem, o que, juntamente com o novo chassis (tão bom que já anda por aí o GR Yaris para homologação de rally), tornam este novo Yaris híbrido um prazer a conduzir. Fica apenas uma nota menos positiva para o ecrã central que está talvez recuado demais, o que me obriga a estivar os (curtos) braços para lá chegar. Talvez aqui a culpa seja minha que ninguém me mandou não ser mais comprido.
Equipamento e preço
O nível de equipamento que a Toyota mais espera vender é o CoMfort Plus, com um preço abaixo de 22.000€. Traz jantes de liga leve de 15 polegadas, espelhos retrovisores laterais eléctricos, integração com smartphone, ecrã de 7 polegadas, ar condicionado automático, volante multifuncões em pele, cruise control adaptativo e todos os sistemas de segurança incluídos. Que vêm, de resto, de origem em todas as versões. A isto, juntam-se os 7 anos de garantia. A partir daqui, é sempre a subir no equipamento, podendo chegar ao First Edition que tem tudo e mais alguma coisa por 27.000€. A Toyota fez um excelente trabalho com este novo Yaris híbrido em tudo, até no preço. Só falta mesmo o volante aquecido.
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