Hannu Mikkola (1942-2021)
Partiu outro que não vi e queria ter visto. Mikkola é apenas mais um dos nomes que tantas vezes me deixam a pensar que não me importava de ser um pouco mais velho, mas ter tido a oportunidade de assistir à sua passagem num qualquer troço de rali, de Ford Escort, de Audi Quattro, ou em qualquer outro carro, ao melhor estilo “Flying Finn”.
Não digo isto por me considerar uma daquelas pessoas que defende a máxima do “antigamente é que era”. Nada disso. Mas porque no mundo dos automóveis, em especial do desporto automóvel, nasci tarde demais para me ter cruzado com uma das suas épocas mais especiais, em particular no mundo dos ralis, onde Mikkola foi uma das estrelas mais brilhantes.
McRae é o meu piloto. Aquele que mais admirei no seu tempo e um dos que continuo a admirar, anos depois de nos ter deixado. Para além de McRae, também vi o “tetra” de Mäkinen. Vi o deus Loeb e mais recentemente o Sébastien que o substituiu, Ogier. Mas não vi Alén, nem Blomqvist, nem Mouton. Vi-os, sim, em provas de demonstração, anos depois de se terem retirado. Mas não os vi no seu auge. Também não vi Röhrl, nem Toivonen, nem Vatanen. Nem tantos outros.
E, repito, não vi Mikkola, piloto que recentemente nos deixou. Campeão do mundo em 1983, Mikkola foi o primeiro a consegui-lo num automóvel de tracção às quatro rodas, o Audi Quattro. Venceu, igualmente, por sete vezes, o “seu” Rali da Finlândia. Participou em 123 provas do Campeonato do Mundo de Ralis, tendo vencido dezoito, três delas em Portugal, em 1979 no mítico Ford Escort, bem como no ano em que foi campeão do mundo, 1983, e no seguinte. No total, Mikkola “limpou” mais de 650 classificativas do Mundial de Ralis, terminando uma das mais longas carreiras do WRC no início da década de 1990, já depois dos seus 50 anos.
Até sempre.
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Fotos: Oficiais