FIAT Tipo: um nome de sucesso com muita herança
O FIAT Tipo do século XXI, modelo que está prestes a ser actualizado e a receber uma inédita versão Cross, é um tremendo sucesso da marca italiana. No nosso Portugal, fechou o atípico ano de 2020 no décimo lugar das vendas nacionais de veículos ligeiros de passageiros conseguindo, igualmente, alcançar a quarta posição do seu segmento, o dos familiares compactos, dos quais dois modelos são, na verdade, modelos premium. Assim, o Tipo terá sido apenas batido pelo suspeito do costume, o Renault Mégane, a nível nacional.
Mas o nome Tipo já vem de trás, tendo surgido em 1988 a primeira geração (código interno – 160), um modelo que até há poucos anos era ainda uma visão comum nas nossas estradas, mas que está, aos poucos, a desaparecer. São por isso 33 anos de história de um nome que reencontrou o sucesso com esta nova geração, disponível em três formatos de carroçaria, hatchback e station wagon, com cinco portas, e um mais clássico sedan de quatro. Na primeira geração, a FIAT só propunha o Tipo com um tipo de carroçaria, o hatchback, mas em versões de três e cinco portas.
E como que a preparar-se para algo que, infelizmente, aconteceria 32 anos depois, a FIAT apresentou o seu novo Tipo à imprensa internacional à distância, através de uma ligação de televisão por satélite que transmitiu as imagens do escritório de Vittorio Ghidella em Mirafiori, na altura CEO da FIAT, até aos muitos jornalistas reunidos em cidades como Frankfurt, Madrid, Londres, Paris e Roma. Depois da conferência, os jornalistas experimentaram a nova máquina de Turim. Um conceito que, com algumas variações, tem definido as recentes apresentações em que a Garagem tem marcado presença.
O Tipo foi o primeiro modelo da marca a usar painéis de carroçaria galvanizados de ambos os lados e destacava-se pelos vãos dianteiro e traseiro reduzidos. A distância entre eixos beneficiava a habitabilidade e a muita superfície vidrada contribuía, igualmente, para o conforto a bordo. As portas abriam a 80 graus, facilitando o acesso, transformando o Tipo num bom carro de família. A FIAT investiu 2 biliões de liras no seu desenvolvimento e automação das linhas de produção de Cassino. Mesmo em liras, é uma pipa de massa. Quanto a motores, o Tipo contava com três a gasolina, 1.1, 1.4 e 1.6 litros, bem como dois Diesel, um 1.7 e um 1.9 litros, este último sobrealimentado.
O compacto italiano destacou-se, também, no campo da tecnologia, incluindo, por exemplo, na versão Digit, um painel de instrumentos digital, bem como elementos de segurança como o controlo de tracção. A primeira série foi produzida de Janeiro de 1988 até Março de 1993 e recebeu, mais tarde, motores 1.8 e 2.0 litros com cabeça de 16 válvulas – as versões Sedicivalvole – bem como com injecção electrónica. A sua potência era, respectivamente, 136 e 145 cavalos. A segunda série esteve em produção de 1993 até 1995, tendo sido, nessa altura, introduzida a variante de três portas.
O Tipo viria a ser substituído pelos mais evoluídos Bravo e Brava e só em 2015, 20 anos depois, o nome regressaria ao mercado. O Tipo é, actualmente, uma presença tão assídua nas estradas que muitos, provavelmente, não se lembram que já o tinha, também, sido no passado. Um carro muito importante na história da FIAT e do qual não nos devemos esquecer. Até porque, há 32 anos, o FIAT Tipo foi eleito “European Car of The Year”, prémio que, curiosamente, também foi entregue em 1995 aos seus substitutos, o Bravo e Brava. Bravo, FIAT. Não é para todos.
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